quarta-feira, 30 de junho de 2010

Restauração do Cristianismo - Por Leonardo Paixão

Desde que Constantino em 325 d.C. realizou o Concílio de Nicéia, teve início a grande desfiguração do Cristianismo, onde a crença pagã (politeísta, enraizada na doutrina da santíssima trindade e nos cultos dos santos), já não é apenas o aspecto sincrético proveniente do aumento donúmero de cristãos no Império Romano, fenômeno perfeitamente explicável pelos estudos de antropologia cultural, mas verdade de fé e por isso mesmo irrevogável. Era o início de um poder terreno que se fazia na Terra o representante escolhido diretamente pelos Céus! (1) O interesse de Constantino em manter a unidade política, territorial e religiosa doImpério e uma posição proeminente para sua pessoa imperial, foram os motivos para a convocação de um Concílio reunindo líderes de diversas igrejas e somente após o Concílio de Nicéia foi que o imperador tornou – se popular em Roma e, agora só havia uma doutrina teológica verdadeira porque inspirada pelo Espírito Santo (?) (2), sobre este assunto esclarece o prof. J. Herculano Pires:
(...) Os Gnósticos, que enfrentaram o avanço dos cristãos, apoiados pelo Imperador Constantino, de Roma, diziam – se herdeiros de uma revelação antiga, que se conservava na sucessão dos mandatos. Pretendiam a universalidade, como os cristãos, mas não dispuseram de um apoio político e militar suficiente, sendo condenados como hereges. Os cristãos realizaram sua institucionalização sob a proteção romana toda poderosa. Tinham o mandato de César, mas faltava – lhes o de Deus. Todas as seitas cristãs que discordavam da posição dos protegidos de Roma eram declaradas hereges e muitas vezes exterminadas. A mesma aliança anteriormente efetuada entre romanos e judeus, em Jerusalém, efetuava – se então entre romanos e cristãos, com propósito mais vasto, que era o domínio domundo. Por mais que desejemos dourar essa situação, alegando a necessidade de expansão do Cristianismo para a salvação da Humanidade, a verdade dos fatos históricos nos mostra que o objetivo principal, e que realmente se realizou, pelo menos em parte, era o domínio político e militar dos povos sob o prestígio da igreja apoiada pelo Império (Revisão do Cristianismo, 1996).
As consequências de tal decisão produziram o período de trevas na humanidade começando com as Cruzadas que tinham por objetivo retirar os árabes da Terra Santa culminando com a instituição da Congregação doSanto Ofício (hoje Congregação para a doutrina da Fé), ironicamente chamada de Santa Inquisição, que tanta dor e confusão causou devido ao fanatismo religioso e à ambição desmedida dos novos sacerdotes da caricatura cristã. A massa ignara seguia piedosamente as ordens “divinas”, é chocante o episódio ocorrido com John Huss: quando este estava sendo queimado uma velhinha se aproxima e coloca um pequeno galho para aumentar o fogo, ao que Huss exclama: sancta simplicita! (santa ignorância), o povo cria que quanto maior fosse o fogo, a alma do“infiel” seria mais purificada de seus “pecados”. É no seio da própria Igreja que o começo de uma ação para restaurar a verdade cristã em seu verdadeiro significado irá se produzir, quando em 31 de outubro de 1517 o monge agostiniano Martin Luther (Martinho Lutero) fixa na porta da igreja de Wittenberg as 95 teses, dando início a intensos debates teológicos que culminam na divisão da cristandade em católicos e protestantes. Entretanto, apesar de Lutero haver retirado a letra morta para a claridade das consciências, o livre exame das Letras Sagradas trouxe divergências na interpretação, provocadas pelo orgulho humano que só percebe a sua verdade, nasceram daí os anabatistas e os calvinistas e mais divisão foi feita entre os cristãos. No decorrer da história humana, muitos pensadores apareceram buscando fazer ver ao homem que a vida tem um sentido e que o Cristianismo doCristo não estava perdido, teremos o “cogito” de Descartes (século XVII), os enciclopedistas no Século das Luzes (século XVIII), o panteísmo de Spinoza (século XVII), a desenvolver – nos uma concepção de Deus nada antropomórfica, de Spinoza disse Ernest Renan: “eis o homem que teve a mais profunda visão de Deus!”. E, para fazer a revisão dos ensinos de Jesus de Nazaré, Renan, o grande racionalista doséculo XIX, em 24 de junho de 1863, lança a sua obra – prima Vida de Jesus (3), restituindo a Jesus a sua figura humana, filho de José e Maria e não um deus encerrado num corpo humano, como se tal coisa fosse possível, o Criador dos Universos limitado como um mortal, Ele que é a um só tempo Eterno e a Eternidade. Guiando – se na mesma postura de Renan, mas sob ótica diversa, Allan Kardec também inicia o processo de revisão do Cristianismo quando publica O Evangelho segundo o Espiritismo em 1864. No livro Obras Póstumas, Kardec pergunta aos Espíritos o que dirá o clero sobre O Evangelho, ao que responderam:
“O clero gritará – heresia, porque verá que atacas decisivamente as penas eternas e outros pontos sobre os quais ele baseia sua influência e o seu crédito. (...) O anátema secreto se tornará oficial e os espíritas serão repelidos, como o foram os judeus e os pagãos, pela Igreja Romana. Em compensação, os espíritas verão aumentar – se – lhes o número, em virtude desta perseguição, sobretudo com o qualificarem, os padres, de demoníaca uma doutrina cuja moralidade esplenderá como um raio de Sol pela publicação do teu novo livro e dos que se seguirão.(...) o Espiritismo é a única tradição verdadeiramente cristã e a única instituição verdadeiramente divina e humana” (4).
O Espiritismo desmistifica e desmitifica todo o arcabouço filosófico e teológico que a escolástica durante séculos produziu, colocando o homem na posição de espírito em evolução e tendo por máxima Fora da Caridade não há salvação (5), restaura a simplicidade cristã que é sem culto oficial, sem ritos, sem pompas, como eram as reuniões na igreja primitiva. 1 – Este poder temporal vindo do céu estendeu – se à figura dos reis:Se a sociedade era uma e tripartida e o rei era a figura que liga o triângulo, este apresentava - se, (...), na teologia política com um duplo corpo: o corpo mortal, terreno e humano, e o corpo que era na verdade o corpo místico, designativo do coletivo idealizado nas três ordens.O duplo corpo dorei era por um lado a junção do corpo clerical e do corpo leigo, do sagrado e do profano, por isso o rei era ungido e eleito como todos que são da esfera do sagrado. Mas o rei não pertencia ao corpo clerical. Nem ao corpo clerical, nem à cultura clerical somente, porque o rei guerreiro também, leigo como seus pares, primus inter pares [primeiro entre iguais]. (FRÓES, Vânia Leite. Era o tempo doRei... IN: LIMA, Lana Lage da Gama, HONORATO, César Teixeira, CIRIBELLI, Marilda Corrêa, SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. História e Religião. Rio de Janeiro: FAPERJ: Mauad, 2002. p. 59-60).
2 - (...) o Concílio de Nicéia era uma convocação de líderes religiosos vindos dos quatro cantos do mundo antigo, desde a Espanha até a Pérsia, do norte da África ao norte da França, doEgito da Síria, da Armênia e da Palestina. Constantino organizou e controlou a reunião, a primeira conferência ecumênica, criando, com esmero, a primeira imagem da cristandade. (...) As gerações seguintes acreditaram de modo geral que o Concílio de Constantino, fora guiado diretamente pelo Espírito Santo. O imperador entronizado e seus bispos aparecem como o protótipo dogoverno ocidental, pois foi em Nicéia que essa ordem dual de poder espiritual e temporal recebeu sanção pela primeira vez. No centro desse novo Império cristão ficavam os livros sagrados da Bíblia (ROMER, 1991). 3 – Esta obra de Renan é o marco da pesquisa universitária sobre a historicidade de Jesus e é reconhecida, diante das recentes descobertas arqueológicas como um dos mais importantes textos sobre esta.
4 – Para melhor entendimento dessa afirmativa leia – se o capítulo I dolivro A Gênese, de Allan Kardec – Caráter da Revelação Espírita.
5 – É interessante observar que os exegetas têm traduzido para a Bíblia a palavra caridade por amor, já que aquela tem tido na atualidade o sentido de assistência social fugindo do sentido original, caridade vem do grego kharitas e significa amor supremo, lembramos que os gregos tinham oito palavras para exprimir o amor,cada qual em sentido específico, a caridade (amor supremo) como a entendia Jesus é a “benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas” (O Livro dos Espíritos, questão 886).

Leonardo Paixão – Teólogo e Graduando em Normal Superior (ISEPAM), orador espírita e colaborador no Grupo Espírita Luiz de Gonzaga e no Grupo Espírita Severino Rosa, Campos, RJ.

Jesus, Obsidiados e Obsessores - Carlos Bernardo Loureiro


Estava em Sinagoga, em Jerusalém, um homem possuído por um Espírito atrasado que bradou, em voz alta, à vista de Jesus:— Ora, que importa a nós e a ti, Jesus de Nazaré, o que este sofre? Vieste a perder-nos? Eu sei que és o enviado de Deus.Jesus repreendeu-o, dizendo:— Cala-te e sai dele.E tendo-o lançado por terra no meio de todos, o desencarnado saiu dele sem tê-lo magoado. Todos ficaram admirados, e perguntaram uns aos outros:— Que palavra é essa, pois com autoridade e poder ordena aos Espíritos atrasados e eles saem?E por todos os lugares da circunvizinhança divulga-se sua fama. (Lucas, 4:31-37 - tradução direta do original grego).Como lhe era de hábito, nos sábados, Jesus visitava a Sinagoga. Não esclarecem os textos se os discípulos o acompanhavam; entretanto, a tradição afirma que ele se fazia acompanhar de alguns de seus seguidores mais chegados, a exemplo de Pedro, André, Tiago e João. Na Sinagoga era costume convidarem-se os visitantes e assistentes a falar, o que muito contribuiu para que o Mestre, vez que outra, usasse da palavra, pregando, àquela gente envolvida pela ortodoxia escriturística, a BOA NOVA, plena de conceitos e valores realmente revolucionários.O evangelista Marcos destaca a admiração dos circunstantes pela autoridade com que Jesus se expressava, não exatamente como os escribas (os intelectuais da época), que, de ordinário, levavam, ao cenáculo da Sinagoga, seus comentários devidamente decorados. Os freqüentadores do Templo estavam, pois, acostumados a ouvir as arengas dos escribas, recheadas de sentenças adredemente elaboradas, distanciadas, pois, de qualquer senso crítico. A palavra de Jesus diferia, em tudo, dessa postura. Ela era toda feita de interpretações vivas e palpitantes, elaboradas à luz da maravilhosa análise dos caracteres humanos. Jesus, na realidade, desceu aos labirintos da alma e de lá exumou as suas mazelas, os seus traumas, os seus mais recônditos sentimentos, e, debruçado sobre eles, elaborou o mais notável Código de Ética jamais concebido.Jesus defrontou-se com o obsessor no Templo, apenas lhe impõe silêncio e o desliga do obsidiado, pondo em prática a mais estranha e fantástica técnica de desobsessão jamais, em tempos posteriores, igualada. O ato de desligamento provoca violenta agitação, e a perspectiva da separação (já se estabelecera, provavelmente, uma estranha simbiose entre subjugado e subjugador), causa, no subjugado, forte reação, e ele grita!O que aconteceu na Sinagoga, ante os olhares espantados dos seus freqüentadores, que, na verdade, não estavam entendendo nada, ocorre, guardadas as devidas proporções, nos recessos das casas espíritas que promovem sessões de desobsessão em que obsidiado e obsessor têm a oportunidade salutar e regeneradora de se enfrentarem, sob a égide de Espíritos superiores que se seguem, conquanto palidamente, a metodologia desobsessional do Mestre de Nazaré.Lucas afirma que o subjugado foi lançado por terra, como se lhe faltasse o chão. Aliás, essa reação é natural em semelhante processo de desobsessão, aos moldes, por exemplo, de alguns casos relatados por Allan Kardec, na Revue Spirite.É evidente que a fama de Jesus se espalhou por todos os recantos da Judéia. diziam, as boas e as más línguas, que Jesus de Nazaré era senhor de forças notáveis, acima do comum dos homens. O resultado dessa fama inesperada é que muita gente passa a procurar o Mestre, levando seus enfermos e obsidiados à sua presença. Ele atendia a todos, indistintamente, com o mesmo empenho e benevolência.O obsidiado de GerasaMateus (8:28-35), Marcos (5:1-20) e Lucas (8:26-39) referem-se ao famoso episódio de Gerasa, em que Jesus topou com uma legião de Espíritos inferiores que subjugavam um pobre coitado da região.A iniciativa de ação pertence ao subjugado, que Mateus afirma terem sido dois:Tendo ele - Jesus - chegado à outra margem, à terra dos gerasenos, vieram-lhe ao encontro dois obsidiados em extremo, furiosos.É provável que tenham sido dois, embora um deles fosse o célebre louco violento e o outro apenas uma espécie de comparsa, que não chegou a chamar a atenção dos demais evangelistas.Marcos apresenta maiores dados do episódio que ouvira dos lábios de Pedro, testemunha ocular:— Quando Jesus desembarcou, veio logo ao seu encontro, dos túmulos, um homem obsidiado por Espírito não purificado o qual morava nas sepulturas e nem mesmo com cadeias podiam alguém segurá-lo.Ao vê-lo vir a si, Jesus ordena, energicamente, que abandone a sua presa, chamando-o Espírito não-purificado (pneuma akátharton), ou seja inferior. O obsessor vocifera, blasfema, irrita-se! Jesus pergunta-lhe o nome, ao que o Espírito responde legião, o que é o mesmo que falange. Não quer dizer, porém, segundo pretendem alguns comentaristas, que se tratava, efetivamente, de 300 Espíritos (número de que se compunha uma legião de soldados romanos), mas apenas, como explica o obsessor incorporado, porque somos muitos.Ainda segundo Marcos, o obsessor pede que não seja mandada a falange para fora do território: e, segundo Lucas, que não a mande para o abismo!Por que Jesus não doutrinava os obsessores?Jesus, realmente, não se preocupou em doutrinar essa falange ou legião de obsessores, como, aliás, nenhum outro Espírito mau que foi por Ele afastado. Ou as entidades espirituais superiores se encarregavam disso, ou esses obsessores eram ainda tão involuídos que não adiantava doutrinação e se devia aguardar um pouco mais de evolução para que pudessem compreender a necessidade de corrigir-se.Os obsessores de Gerasa estavam justamente nessa situação, e não poderiam entender qualquer tipo de providência desobsessional, senão aquela posta em prática pelo Mestre de Nazaré.Após o acontecimento, os moradores de Gerasa correram até o local do histórico episódio e viram, sentado aos pés de Jesus, o ex-obsidiado, risonho, feliz, em seu juízo perfeito, ele que, antes, tanto pânico vivia a causar na região e que por todos era bem conhecido.No momento em que Jesus se prepara para partir daquele lugar, o ex-obsidiado solicita-lhe lugar entre os discípulos. Sem dar os motivos, o Mestre recusa mantê-lo a seu lado, mas nem por isso deixa de lhe confiar tarefa de significativa responsabilidade: a pregação, sobretudo pelo exemplo! Humildemente, o ex-obsidiado aceita a tarefa. Sabe-se, mais tarde, que ele passou a percorrer a região da Decápole falando dos maravilhosos poderes de Jesus.
Jornal Verdade e Luz Nº 193 Fevereiro de 2002

domingo, 27 de junho de 2010

Sorriso (Pelo espírito Meimei)


Onde estiveres, seja onde for, não olvides estender o sorriso, por oferta sublime da própria alma.

Ele é o agente que neutraliza o poder do mal e a oração inarticulada, que inibe a extensão das trevas.

Com ele, apagarás o fogo da cólera, cerrando a porta ao incêndio da crueldade.

Por ele, estenderás a plantação da esperança, soerguendo almas caídas na sombra, para que retornem à luz.

Em casa, é a benção da paz, na lareira da confiança.

No trabalho, é música silenciosa incentivando a cooperação.

No mundo, é chamamento de simpatia.

Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-á em socorro de tua vida.

Sorri para a nuvem, e ainda mesmo que a nuvem se desfaça em chuva de lágrimas nos teus olhos, o pranto será conforto do Céu, a fecundar-te os campos do coração.

Não te roga o desesperado a solução do enigma de sofrimento que lhe persegue o destino. Implora-te um sorriso de amor, que renove as forças, para que prossiga em seu atormentado caminho.

E, em verdade, se os famintos e os nus te pedem pão e agasalho, esperam de ti, acima de tudo, o sorriso de ternura e compreensão que lhes acalme chagas ocultas.

Não te perturbem as criaturas que se arrojam aos precipícios da violência e do crime. Oferece-lhes o sorriso generoso da fraternidade, que ajuda incessantemente, e voltar-se-ão, renovadas, para o roteiro do bem.

Sorri, trabalhando e aprendendo, auxiliando e amando sempre.

Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que em cada manhã, o dia renascente no Céu é um sorriso de Deus.


Livro: Sentinelas da Alma. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Aniversário de 78 Anos do GE Severino Rosa

Prezados Amigos

Foi com muita emoção que vivenciamos o aniversário dos 78 anos do nosso amado grupo. As lindas canções dos amigos do Grupo Maria de Nazaré, as palavras sempre doces da nossa companheira Carla, nos lembrando  as palavras do Mestre Jesus, que nos mostram o quanto devemos ser gratos por tudo que recebemos a cada dia. O bolo , que como todos podem ver, além de bonito, estava muito gostoso, confeccionado que foi com muito amor acima de tudo. E mais que tudo o ambiente de Paz, Amor e Fraternidade.
Agradecemos a todos os companheiros dos dois planos da existência que contribuem para que assim seja o nosso grupo, um ponto de Luz, um pronto socorro para nossas almas e corações. Ás casas  amigas que estiveram lá representadas, Como Maria Franc, Maria de Nazaré, Luiz de Gonzaga, entre outras, que sempre nos demonstram o verdadeiro sentido da palavra fraternidade.
Que Jesus possa nos abençoar e nos manter firmes na fé e na disposição de servir por muitos e muitos anos que com certeza virão.
Parabéns, casa de Severino Rosa!


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Desunião e Divergência Deolindo amorim

Nem sempre divergência significa desunião. Se é verdade que as divergências ou discordâncias algumas vezes já comprometeram a união entre pessoas e grupos, não se deve dar a este fato a extensão de uma regra geral, pois é apenas um episódio discrepante. Onde há duas pessoas frente a frente sempre há o que ou em que discordar. Seria impossível a existência de um grupo humano, por menor que fosse, sem um pensamento discordante, sem uma opinião contrária a qualquer coisa. Entre dois amigos, como entre dois irmãos muito afins pode haver divergência frontal ou inconciliável em matéria política, religiosa, social etc., sem que haja qualquer "arranhão” na amizade. Discutem, discordam, assumem posições opostas, mas continuam unidos.Justamente por isso e pelo que observo na vida cotidiana, não creio que seja necessário abafar as divergências ou evitar qualquer discussão, ainda que em termos altos, simplesmente para preservar a união de um grupo ou de uma coletividade inteira. Seria o caso, em última hipótese, de acabar de vez com o diálogo e adotar logo um tipo de vida conventual. O diálogo é uma necessidade, pois é dialogando que trocamos idéias e permutamos opiniões e experiências. Uma comunidade que não admite o diálogo está condenada, por si mesma, a ficar parada no tempo. Cada qual naturalmente deve preparar-se ou educar-se espiritualmente para discutir ou divergir sem prevenções ou ressentimentos. O fato de não concordarmos com a opinião de um companheiro neste ou naquele sentido ou de não adotarmos a linha de pensamento de uma instituição deve ser encarado com naturalidade, mas não deve servir de motivo (jamais!) para que mudemos a maneira de tratar ou viremos as costas a alguém. Seria o caso de perguntar: e onde está o Evangelho, que se prega a todo momento?... Como falar em Evangelho, que é humildade e amor, e fugir a um abraço sincero ou negar um aperto de mão por causa de uma divergência ou de um ponto de vista?Então, não é a divergência aqui ou ali que porventura “cava o abismo da desunião”, é a incompreensão, o personalismo, o radicalismo do elemento humano em qualquer campo do pensamento. Já ouvi dizer mais de uma vez que os espíritas são desunidos por causa das divergências internas. Sinceramente, não acompanho este ponto de vista. Acho que não há propriamente desunião, mas apenas desencontro de idéias, fora dos pontos cardeais da Doutrina. Somos uma comunidade composta de gente emancipada e, por isso mesmo, o campo está sempre aberto ao estudo e à crítica. Certos observadores gostariam, por exemplo, que o Movimento Espírita fosse um “bloco maciço sem nenhuma nota fora do conjunto. É uma pretensão utópica, pois não há um movimento religioso, político ou lá o que seja sem alguma voz discordante, aqui ou ali.Tomava-se como referência, até bem pouco tempo, a “unidade monolítica” da Igreja Católica. Unidade relativa, diga-se de passagem. E o que se vê hoje? O fracionamento cada vez mais acentuado. Os grupos conservadores, porque se batem pela manutenção da Igreja tradicional, estão enfrentado os grupos renovadores, partidários de modificações estruturais; grupos que querem a Igreja fora da política estão em conflito com os grupos que querem justamente uma Igreja participante no campo político. Há, portanto, demanda de alto a baixo, com programas de reforma na teologia, como na administração e na disciplina eclesiástica. Logo, a Igreja não oferece hoje a unidade doutrinária que nos apontam às vezes, como modelo. E o Protestantismo, que é outro grande movimento religioso, não se divide em denominações e seitas, com características diferentes entre si? Batistas, presbiterianos, adventistas, congregacionistas etc. Não desejo criticar procedimentos religiosos, pois todos os cultos são respeitáveis, mas estou anotando fatos.Voltemo-nos para mais longe, fora da faixa ocidental, e lá está o Budismo, também um movimento expressivo. Não cabe, aqui, discutir se o Budismo é ou não religião. Seja como for, ocupa um espaço considerável, mas também se ramificou. Existe, hoje, pelo menos mais de uma escola budista. O Positivismo, que viera da França, teve muita força no Brasil, mas não se manteve íntegro, pois o grande bloco se desmembrou entre científicos e religiosos no século passado. Sobrevive, hoje, uma religião sem Deus, sem cogitação acerca da vida futura, mas um culto ritualizado, com sacerdócio.Muitos discípulos de Augusto Comte não queriam, de forma alguma, que o Positivismo se transformasse em religião e, por isso, eram chamados de científicos, ao passo que muitos outros absorveram logo o Positivismo como Religião da Humanidade. E realmente implantaram um culto religioso no Apostolado Positivista. Logo, também o Positivismo não conseguiu sustentar um padrão uniforme.O fenômeno que se observa no meio espírita é muito diferente.Sempre houve divergências, mas não se quebrou a unidade doutrinária, que é fundamental. O Espiritismo continua a ser um só, inconfundível, não se dividiu em diversos espiritismos. Há, entre nós, opiniões discordantes em determinados aspectos, porém, os princípios são os mesmos, não se alteraram. Não formamos seitas nem correntes à parte, apesar das divergências. Então, não há motivo para que estejamos vendo desunião onde há simplesmente desacordo de idéias. Transcrito de “Mundo Espírita”, de abril/1984. Fonte: Reformador – junho/1989

sábado, 19 de junho de 2010

Convite: 78 Anos do GE Severino Rosa


Nesta data comemorativa, temos a imensa alegria de convidar a todos os companheiros e trabalhadores da Doutrina Espírita para virem confraternizar conosco nos 78 anos do nosso Grupo Espírita Severino Rosa, no dia 23/06/2010, quarta-feira, às 20h, na sede de nosso grupo.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

V Congresso de Saúde e Espiritualidade de MG



Segue acima a divulgação do V Congresso de Saúde e Espiritualidade de MG, que realizar-se-á de 27 a 29/08, no auditório do colégio Monte Calvário, em BH.
Esse evento é o congresso anual da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais e este ano tem como tema central: As potências da Alma.
No Congresso serão discutidas as variadas dependências e co-dependências e a sua profilaxia e tratamento na visão imortalista espírita, focando sobretudo no desenvolvimento das virtudes e do lado sadio de cada indivíduo.

www.amemg.com.br

terça-feira, 15 de junho de 2010


NO CLIMA DA ORAÇÃO

A oração nem sempre nos retira do sofrimento, mas sempre nos reveste de
forças para suportá-lo.

Não nos afasta os problemas do cotidiano, entretanto, nos clareia o
raciocínio, a fim de resolvê-los com segurança.

Não nos modifica as pessoas difíceis dos quadros de convivência, no
entanto, nos ilumina os sentimentos, de modo a aceitá-as como são.

Nem sempre nos cura as enfermidades, contudo, em qualquer ocasião, nos
fortalece para o tratamento preciso.

Não nos imuniza contra a tentação, mas nos multiplica as energias para
que lhe evitemos a intromissão, sempre a desdobrar-se através de influências
obsessivas.

Não nos livra da injúria e da perseguição, entretanto, se quisermos,
ei-la que nos sugere o silêncio, dentro do qual deixaremos de ser
instrumentos para a extensão do mal.

Não nos isenta da incompreensão alheia, porém, nos inclina à tolerância
para que a sombra do desequilíbrio não nos atinja o coração.

Nem sempre nos evitará obstáculos e as provações do caminho que nos
experimentem por fora, mas sempre nos garantirá a tranqüilidade, por dentro
de nós, induzindo-nos a reconhecer que, em todos os acontecimentos da vida,
Deus nos faz sempre o melhor.

(Francisco Cândido Xavier por Meimei. In: Tende Bom Ânimo)

sábado, 12 de junho de 2010

Paul Gibier - 110 anos de desncarnação

Paul Gibier (1851 - 1900) cientista francês.
Discípulo de Louis Pasteur, foi naturalista do Museu de História Natural da França.
Foi Diretor do Pasteur Institute of New York, nos Estados Unidos da América.
Interessou-se pela pesquisa dos fenômenos espíritas em 1885, tendo encontrado uma médium notável na pessoa da Sra. Salmon, com quem conduziu pesquisas por dez anos, tanto no seu laboratório em New York, quanto em seu país natal, a França.
Tendo estabelecido a realidade dos fenômenos, tentava trazer a médium à Inglaterra, França e Egito, sob um contrato de três anos, quando um acidente fatal pôs fim ao projeto: foi morto por um cavalo em fuga. Na noite anterior, havia sonhado que passeava sózinho de charrete, quando foi lançado da mesma, vindo a morrer. Tendo contado o sonho à sua esposa, riu-se dos receios dela.
Sobre os fenômenos espíritas, que observou, afirma em sua obra "Análise das Coisas" que:
"...podemos ter provas materiais da existência da alma. Este fato não deixa dúvida alguma no meu Espírito: a ciência poderá estudar d'ora em diante, quando quiser, o terceiro elemento constitutivo do Macrocosmo, como estuda outros dois elementos, que ela compreende então muito melhor, isto é, a matéria e a energia."
Publicou ainda as obras:
Anais das Ciências Psíquicas;
O Espiritismo, Faquirismo Ocidental; e
Psicologia Experimental.
[editar] Bibliografia
CARNEIRO, Victor Ribas. ABC do Espiritismo. Curitiba: Federação Espírita do Paraná, 1996.

William Crookes - 179 anos de nascimento

Willian Crookes nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 17 de junho de 1832. Foi o maior químico da Inglaterra, segundo afirmativa de “Sir” Arthur Conan Doyle, o que ficou constatado pela trajetória gloriosa que esse ilustre homem de ciência desenvolveu no campo científico. Mencionado como sendo um dos mais persistentes e corajosos pesquisadores dos fenômenos supranormais, desenvolveu importante trabalho na área da fenomenologia espírita.
No ano de 1855, Willian Crookes assumiu a cadeira de química na Universidade de Chester. Como conseqüência de prolongados estudos, no ano de 1861 descobriu os raios catódicos e isolou o Tálio, determinando rigorosamente suas propriedades físicas. Após persistentes estudos em torno do espectro solar, descobriu, em 1872, a aparente ação repulsiva dos raios luminosos, o que o levou à construção do Radiômetro, em 1874. No ano seguinte descobriu um novo tratamento para o ouro. No entanto, a coroação do seu trabalho científico foi a descoberta do quarto estado da matéria, o estado radiante, no ano de 1879. Foram-lhe outorgadas várias medalhas pelas relevantes descobertas no campo da física e da química.
A rainha Vitória, da Inglaterra, nomeou-o com o mais alto título daquele país: “Cavalheiro”.
A par de todas as atividades, ocupou a presidência da Sociedade de Química, da Sociedade Britânica, da Sociedade de Investigações Psíquicas e do Instituto de Engenheiros Eletricistas.
Dotado de invejável fibra de investigador, acabou por pesquisar os fenômenos_mediúnicos, a princípio, com o fim de demonstrar o erro em que incidiam os ditos “médiuns” e todos aqueles que acreditavam piamente em suas mediunidades.
Em 1869, os médiuns J.J.Morse e Sra. Marshall serviram de instrumento para que Crookes realizasse as suas primeiras investigações.
As mais notáveis experiências mediúnicas, levadas a efeito por esse ilustre cientista, foram realizadas através da médium Florence Cook, quando obteve as materializações do Espírito que dava o nome de Katie_King, fato que abalou o mundo científico da época.
A jovem Florence Cook tinha apenas 15 anos de idade quando se apresentou a Sir Willian Crookes, a fim de servir de medianeira para as pesquisas científicas que vinha realizando. São dela as seguintes palavras: “Fui à casa do Senhor Crookes, sem prevenir a meus pais e nem a meus amigos. Ofereci-me em sacrifício voluntário sobre o altar de sua incredulidade.” Ela pediu a proteção da Sra. Crookes e submeteu-se a toda sorte de experimentações, objetivando comprovar a sua mediunidade, pois que um cavalheiro, de nome Volckmann, havia lhe imputado suspeitas de fraude.
No dia 22 de abril de 1872, aconteceu, pela primeira vez, a materialização do Espírito Katie King, estando presente na sessão, a genitora, alguns irmãos da médium e a criada.
Após várias sessões, nas quais o Espírito Katie King se manifestava com incrível regularidade, a Srta. Florence afirmou a Willian Crookes que estava decidida a submeter-se a todo o gênero de investigações.
Na sua obra “Fatos Espíritas”, faz completo relato de todas as experiências realizadas com o Espírito materializado de Katie King, que não deixa dúvida quanto ao poder extraordinário que possui o Espírito de dar a forma desejada, utilizando a matéria física.
Numerosos cientistas de renome, mesmo diante dos fatos mais convincentes, hesitaram em proclamar a verdade, com receio das conseqüências que isso poderia acarretar aos olhos do povo. Crookes, porém, não agiu assim. Ele penetrou o campo das investigações com o intuito de desmascarar, de encontrar fraudes, entretanto, quando constatou que os casos eram verídicos, insofismáveis, ele rendeu-se à evidência, curvou-se diante da verdade, tornou-se espírita convicto e afirmou: - “Não digo que isto é possível; digo: isto é real!”
Willian Crookes desencarnou em 04 de abril de 1919, em Londres, Inglaterra.

Fonte: ABC do Espiritismo, de Victor Ribas Carneiro e Personagens do Espiritismo,de Antonio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy.

Oliver Lodge - 159 anos de nascimento

Nasceu a 12 de junho de 1851, em Penkhull, Inglaterra.
Educado no Grammar School de Newport e no University College de Londres, foi um dos mais reputados físicos da época. Fez importantes investigações sobre a sede da força eletro-motiva na célula voltaica, sobre as ondas eletromagnéticas e a telegrafia sem fio.
Ganhou fama mundial como inventor, tendo contribuído grandemente para o desenvolvimento da eletricidade. Somente após os cinqüenta anos de idade, é que Lodge voltou sua atenção para as manifestações psíquicas, tendo dado inestimável testemunho da sobrevivência e da comunicação dos Espíritos.
Em sua obra "Porque eu Creio na Imortalidade Pessoal", declara ele: "A prova da identidade pessoal está, assim, grandemente estabelecida, de maneira séria e sistemática, pelo exame crítico dos investigadores e, sobretudo, pelos esforços especiais e inteligentes dos comunicantes do além. Para mim, a evidência é virtualmente completa, e não tenho nenhuma dúvida da existência e da sobrevivência da personalidade, como não a teria sobre a dedução de qualquer experiência ordinária e normal." Deixou escritas inúmeras obras, dentre as quais destacamos as seguintes: "Formatura do Homem", "Raimundo" e "Porque eu Creio na Imortalidade pessoal".
Fonte: ABC do Espiritismo de Victor Ribas Carneiro
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O nome de Sir Oliver Lodge constitui um dos mais altos ornamentos das ciências modernas.
Cientista inglês nascido em Penkhull, Staffordshire em 12-O6-1851 e desencarnado em Amesbury em 22-08-1940.
Professor de física do Colégio Universitário de Liverpool no período de 1881-1900; diretor da Universidade de Birmingham em 1900 e professor em Oxford em 1903. Trouxe importantes contribuições às teorias da eletricidade de contato e eletrólise, da descarga oscilatória nas garrafas de Leyde, da produção de ondas eletromagnéticas no ar e introduziu melhoramentos do telégrafo sem fio. Realizou experiência sobre diminuição de neblina por meio de dispersão elétrica.
Autor de vários tratados científicos e obras entre as quais destacamos: "Manual de Mecânica Elementar", em 1877; "Pioneiros da Ciência",em 1893; "Vida e Matéria", 1905; "Elétrons ou a natureza e propriedades da eletricidade negativa", 1907; Ciência e Mortalidade", 1908; "O éter no Espaço", 1909;"Além da Física ou a idealização do mecanismo",1930.
A importância que o mundo deu à sua penetração pelo campo do espiritualismo e às experiências rigorosamente controladas com que estudou o caso post-mortem do seu filho Raymond, morto em uma trincheira de Flandres logo nos primeiros meses da primeira grande guerra, geraram fortes controvérsias.
O desvio da rota da ciência acadêmica o tornou alvo de vigorosas agressões por partes de seus "colegas" de profissão. Mas ele tinha plena consciência dos riscos que enfrentava. Marchou para o circo à maneira dos mártires cristãos. Mas foi sobretudo um mártir da ciência. Acusaram-no de ingênuo por aceitar afirmações do seu filho, dando conta da existência de bebidas, cigarros, árvores e casas na vida espiritual.
Era apenas um pai desolado, que se entregava à dor natural da perda, diziam. No entanto, todos os que investigam os problemas do após a morte, sabem que nos planos inferiores do mundo espiritual a semelhança com o plano terreno é notória.
Oliver foi um exemplo vivo de coragem, ao dar testemunho de sua fé. Mas aquela fé consciente, racional e até mesmo exigente, ensinada por Kardec. Não a fé cega, proveniente da submissão medrosa e incondicional a princípios dogmáticos, mas fé que serve ao mesmo tempo de fundamento à religião e à ciência. Esse tipo superior de fé exclui a crendice. Não é uma graça que vem do alto, mas conquista do homem através da evolução. Por isso mesmo não é apenas divina, mas tem duas faces: é humana e divina ao mesmo tempo.
Os homens cultos, em geral, e particularmente os homens de ciência, fogem da fé religiosa, mas não podem escapar às garras lógicas da fé científica. Sir Oliver Lodge nos oferece um exemplo decisivo da conjugação desses dois aspectos da Fé, que assim, com inicial maiúscula, é uma só, como um rosto se compõe de duas faces.
O personagem em pauta não foi somente um cientista de talento e pai amoroso, foi sobretudo um homem de visão plena e apurado senso crítico, ao desviar sua atenção para pesquisas espirituais, desempenhando o difícil papel de vanguardeiro de um tempo em que Ciência e Religião caminharão juntas pela mesma estrada da vida. (ABC do Espiritismo de Victor Ribas Carneiro)

William James - Cem anos de desencarnação

Reitor da Universidade de Harvard e filósofo mundialmente conhecido, nasceu a 11 de janeiro de 1842 em New York e faleceu a 26 de agosto de 1910 em Chocorua.
Colou grau de doutor em medicina na Lawrence Scientific School, em Harvard.
Acompanhou Agassiz em sua expedição ao Amazonas, seguindo logo depois para a Alemanha, a fim de aperfeiçoar seus conhecimentos médicos.
Sua primeira grande obra data de 1890: Princípios de Psicologia.
Em 1898, na Universidade da Califórnia, formulou a teoria do pragmatismo.
Suas obras principais são:"Imortalidade Humana", "As variedades de Experiência Religiosa", "Universo Pluralístico", " O Significado da Verdade", "Ensaios sobre o Empirismo Radical".
Publicou ainda a obra "Etudes et Reflexions d’un Psychiste", na qual afirma que, na Inglaterra, cerca de um adulto sobre dez vê fantasmas.
Nessa mesma obra, diz ele: "Quando uma teoria vem, sem cessar, à discussão, todas as vezes que a crítica ortodoxa a enterra, ela reaparece cada vez mais sólida e mais dura de acutilar, e podereis estar certo de que nela há uma parte de verdade..."
"Muitas vezes a ciência matou os Espíritos, como uma das muitas superstições populares e, entretanto, nunca nos falaram deles com tanta abundância nem com tão grande aparência de autenticidade."
Fontes: ABC do Espiritismo de Victor Ribas Carneiro
Dicionário Prático de Biografias - Editora Amazonas Ltda.

P. S. - William James foi membro da Sociedade para Pesquisas Psíquicas e foi um dos pesquisadores da mediunidade de Leonore Piper.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Francisco Peixoto Lins (Peixotinho) - 44 anos de desencarnação

Nasceu na cidade de Pacatuba, Estado do Ceará, no dia 1º de fevereiro de 1905, desencarnando na cidade de Campos, Estado do Rio de Janeiro, 16 de junho de 1966.Seus pais foram Miguel Peixoto Lins e Joana Alves Peixoto. Bem cedo ficou órfão de pai e mãe e passou a conviver com seus tios maternos, em Fortaleza, Estado do Ceará, onde fez o curso primário. Em seguida matriculou-se no Seminário Católico, de acordo com o desejo de seus tios, que desejavam vê-lo seguir a carreira eclesiástica. No Seminário sofreu várias penas disciplinares por manifestar a seus educadores dúvidas sobre os dogmas da Igreja. Observando as desigualdades humanas, tanto no campo físico como no social, ficou em dúvida no tocante à paternidade e bondade de Deus. Se todos eram seus filhos, por que tantas diversidades? Indagava. Por que razões insondáveis uns nascem fisicamente perfeitos e outros deformados? Uns portadores de virtudes angelicais e outros acometidos de mau caráter? Dizia então: “Se Deus existe, não é esse ser unilateral de que fala a religião católica.” Desejava saber e inquiria os seus confessores, os quais, diante das indagações arrojadas do menino, usavam o castigo e a penitência como corretivo.Aos 14 anos de idade desistiu do Seminário e, com a permissão dos tios, transferiu-se para o Estado do Amazonas, em busca de melhores dias, enfrentando os trabalhos árduos dos seringais. Ali trabalhou cerca de dois anos, resolvendo voltar para Fortaleza. Nessa fase de sua vida, nele se manifestaram os primeiros indícios de sua extraordinária mediunidade, sob a forma de terrível obsessão. Envolvido por espíritos menos esclarecidos, era tomado de estranha força física, tornando-se capaz de lutar e vencer vários homens, apesar de Ter menos de 18 anos e ser fisicamente franzino. Esse estado anômalo acontecia a toda hora e Peixotinho, temendo conseqüências mais graves, deliberou não mais sair de casa. Ali ficou acometido de nova influenciação dos espíritos trevosos, ficando desprendido do corpo cerca de 20 horas, num estado cataléptico, quase chegando a ser sepultado vivo, pois seus familiares o tinham dado como desencarnado.Depois desse episódio, sofreu uma paralisia que o prostrou num leito de dor durante seis meses. Nessa fase, um dos seus vizinhos, membro de uma sociedade espírita de Fortaleza, movido de íntima compaixão pelos seus sofrimentos, solicitou permissão à sua família, para prestar-lhe socorro espiritual, com passes e preces. Ninguém em sua casa tinha conhecimento do Espiritismo e seus familiares também não atinavam com o verdadeiro estado do paciente, uma vez que o tratamento médico a que se submetia não lhe dava qualquer esperança de restabelecimento. O seu vizinho iniciou o tratamento com o Evangelho no Lar, aplicando-lhe passes e dando-lhe a beber água fluida. A fim distrair-se, Peixotinho começou a ler alguns romances espíritas e posteriormente as obras da Codificação Kardequiana. Em menos de um mês apresentava sensível melhora em seu estado físico e progressivamente foi libertando-se da falsa enfermidade.Logo que conseguiu andar, passou a freqüentar o Centro Espírita onde militava o grande tribuno Vianna de Carvalho, que na época estava prestando serviço ao Exército Nacional em Fortaleza. A terrível obsessão foi a sua Estrada de Damasco. O conhecimento da lei da reencarnação veio equacionar os velhos problemas que atormentavam a sua mente, dirimindo todas as dúvidas que o Seminário não conseguira desfazer. Passou assim a compreender a incomensurável bondade de Deus, dando a mesma oportunidade a todos os seus filhos na caminhada rumo à redenção espiritual.Orientado pelo major Vianna de Carvalho, Peixotinho iniciou o seu desenvolvimento mediúnico. Tornou-se um dos mais famosos médiuns de materializações e efeitos físicos. Por seu intermédio produziram-se as famosas materializações luminosas e uma série dos mais peculiares fenômenos, tudo dentro da maior seriedade e nos moldes preceituados pela Doutrina Espírita.Em 1926, foi convocado para o serviço militar e transferido para o Rio de Janeiro, sendo incluído em um batalhão do exército, na cidade fluminense de Macaé. Ali se dedicou com amor à prática do Espiritismo e, com um grupo de abnegados companheiros, fundou o Centro Espírita Pedro, instituição que por muito tempo se tornou a sua oficina de trabalho.Em 1933, consorciou-se com Benedita Vieira Fernandes, de cujo matrimônio tiveram vários filhos. Por força da sua carreira militar, foi transferido várias vezes, servindo em Imbituba, Santa Catarina; Santos, São Paulo; no antigo Distrito Federal e em Campos, Rio de Janeiro. Onde chegava, procurava logo servir à causa espírita.No ano de 1945, na cidade do Rio de Janeiro, encontrou-se com vários confrades, dentre eles Antônio Alves Ferreira, velho companheiro no Grupo Espírita Pedro, de Macaé. Nessa época passou a freqüentar o Culto Cristão no Lar, realizado sistematicamente na residência daquele confrade. Posteriormente, unindo-se a Jacques Aboab e Amadeu Santos, resolveram fundar o Grupo Espírita André Luiz, que inicialmente funcionou na Rua Moncorvo Filho, 27, onde se produziram, pela sua mediunidade, as mais belas sessões de materializações luminosas, as quais ensejaram ao Dr. Rafael Ranieri a oportunidade de lançar um livro com esse mesmo título. Peixotinho prestava também o seu valioso concurso como médium receitista e curador.No ano de 1948, encontrando-se pela primeira vez com o médium Francisco Cândido Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo, teve a oportunidade de propiciar aos confrades daquela cidade, belíssimas sessões de materializações e assistência aos enfermos.Em 1949 foi transferido definitivamente para a cidade de Campos, onde participou dos trabalhos do Grupo Joana D’Arc. Fundou também o Grupo Espírita Araci, em homenagem ao seu guia espiritual.Peixotinho sofria de broncopneumonia, enfermidade que lhe causava muitos dissabores, porém ele suportava tudo com estoicismo, o mesmo podendo-se dizer das calúnias de que foi vítima, como são vítimas todos os médiuns sérios que se colocam a serviço do Evangelho de Jesus, dando de graça o que de graça recebem.

Camille Flammarion (1842-1925)

Em 04 de Junho último comemorou-se os oitenta e cinco anos da desencarnação de Camille Flammarion. Foi um homem cujas obras encheram de luzes o século XIX. Ele era o mais velho de uma família de quatro filhos, entretanto, desde muito jovem se revelaram nele qualidades excepcionais. Queixava-se constantemente que o tempo não lhe deixava fazer um décimo daquilo que planejava. Aos quatro anos de idade já sabia ler, aos quatro e meio sabia escrever e aos cinco já dominava rudimentos de gramática e aritmética. Tornou-se o primeiro aluno da escola onde freqüentava. Para que ele seguisse a carreira eclesiástica, puseram-no a aprender latim com o vigário Lassalle. Aí Flammarion conheceu o Novo Testamento e a Oratória. Em pouco tempo estava lendo os discursos de Massilon e Bonsuet. O padre Mirbel falou da beleza da ciência e da grandeza da Astronomia e mal sabia que um de seus auxiliares lhe bebia as palavras. Esse auxiliar era Camille.
Tornando-se espírita convicto, foi amigo pessoal e dedicado de Allan Kardec, tendo sido o orador designado para proferir as últimas palavras à beira do túmulo do Codificador do Espiritismo, a quem denominou o bom senso encarnado. Camille Flammarion, segundo Gabriel Delanne, foi um filósofo enxertado em sábio, possuindo a arte da ciência e a ciência da arte. Flammarion – poeta dos Céus, como o denominava Michelet – tornou- se baluarte do Espiritismo, pois, sempre coerente com suas convicções inabaláveis, foi um verdadeiro idealista e inovador.
Eis algumas de suas obras: Deus na Natureza, As Casas Mal- Assombradas, Narrações do Infinito, Sonhos Estelares, Urânia, Estela e O Fim do Mundo. (Grandes Vultos do Espiritismo)

Aborto e Resgate

Há muito tempo li na cidade do Porto
A história singular de uma dama brutal,
Que fizera em si mesma um monstruoso aborto,
Arrancando com as mãos o fruto de seu mal.

A revista mostrava a dama e o feto morto...
Não pratica ato assim nem mesmo um animal!
A forte Lei de Deus, conjeturei, absorto,
Que pena aplicaria ao crime colossal?

Apresentaram-me hoje a mundana da história.
Reencarnou surda e muda e não possui memória,
Tem o crânio disforme e é esquálida e sem cor.

É um pequeno monstro extático na cama,
A sorrir, vagamente, às vezes, para a ama,
A quem assassinou na vida anterior...

Guerra Junqueiro (Espírito)

Do livro "Sexo e Verdade" Dos Espíritos Castro Alves, Casimiro de Abreu e Guerra Junqueiro. Médium Jorge Rizzini

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Palavras de Charles Richet - Nobel de Medicina

Poderemos nós ter a pretensão de limitar a ciência, isto é, o conhecimento do mundo, às noções íntimas e informes que, laboriosa e penosamente conquistamos, e consignamos nos nossos livros?
Confessêmo-lo com plena humildade: não sabemos nada!
A nossa existência, guiada certamente por forças desconhecidas, decorre em trevas profundas.
Estonteados, ignorando tudo do Universo, possuímos, sobre as coisas presentes, apenas concepções vagas, quase infantis. É triste, mas nem por isso deixa de ser verdade.
Tenhamos a coragem de o dizer e de ir um pouco mais longe que os sábios...Valha-nos Deus! Os sábios, ou pelo menos aqueles que se julgam tais, não podem conjeturar que existe outra coisa além do que vêem e apalpam.

Suponhamos um humilde formigueiro. As formigas que o povoam não podem crer na realidade de um Universo poderoso e longínquo, além da pequena elevação de terra que as abriga. Conhecem alguns gravetos de lenha, alguns pedacinhos de musgos, deram voltas aos calhaus que se espalham na proximidade de sua modesta habitação; têm certas noções sobre os ribeirinhos que passam perto, sobre algumas aranhas e insetos que encontram na sua vizinhança. E é tudo. Que idéias formam os pobres bichinhos dos oceanos, dos navios couraçados, dos teatros dos museus, das bibliotecas, dos observatórios?

Têm alguma noção dos mundos planetários e do sol? Poderiam compreender que o mundo solar inteiro é, no Grande Cosmos, enormemente menor do que seu formigueiro na superfície do globo terrestre?

Não somos mais sábios que as formigas. E temos, portanto, o direito de supor a existência de mundos que ultrapassam a nossa mísera pequenez...

(Prefácio ao romance espírita "No Limiar do Mistério", de autoria de Charles Richet, editado pela LAKE).

Ciência

"...necessitamos tanto de um amor que saiba quanto de uma Ciência que ame" Emmanuel

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