
sexta-feira, 23 de julho de 2010
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Bastidores do Filme "Nosso Lar" (Estréia em setembro)
Os brasileiros assistirão em setembro a "Nosso lar" - adaptação do livro de mesmo nome psicografado por Xavier em 1944 que deve estrear no país em 3 de setembro.
Maior clássico da literatura espírita nacional, o romance (que acabou virando série) é contado sob o ponto de vista do espírito André Luiz, que, como um repórter, transmite suas impressões sobre o mundo espiritual pós-vida para Xavier.
Wagner de Assis dirige o filme "Nosso lar", generoso em efeitos especiais. Atores principais: Paulo Goulart, Chica Xavier, Renato Prieto, Othon Bastos, Ana Rosa, Werner Schunemann, Lu Grimaldi, Nicola Siri
A trama se passa em uma cidade espiritual, construída para as filmagens do longa.
Segundo a produtora do filme, Iafa Britz, o maior desafio foi a construção da cidade espiritual. "Durante meses, nossa diretora de arte e um grupo de arquitetos se debruçaram sobre esse projeto, que é verdadeiramente arquitetônico. Depois, tudo foi recriado pelo pessoal dos efeitos especiais."
Para a fotografia e os efeitos especiais foram convocados profissionais internacionais, incluindo o diretor de fotografia Ueli Steiger (de "10.000 A.C", e "O dia depois de amanhã") e o supervisor de efeitos especiais Geoff D. E. Scott. A música do filme é de Phillip Glass.
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filme
domingo, 4 de julho de 2010
William J. Crawford - 30/07/1920 - 90 anos de desencarnação
O Professor W. J. Crawford que foi catedrático de Engenharia Mecânica na Queen’s University, em Belfast, conduziu longos e meticulosos estudos sobre o ectoplasma. Ele escreveu três livros clássicos:
The Reality of Psychic Phenomena (1916),
Experiments in Psychic Science (1919)
e The Psychic Strutures in the Galigher Circle (1921).
Ele descobriu que, durante a materialização, o peso do médium baixava de 73kgs para 30kgs. Noutros casos descritos na literatura da especialidade, descobriu-se que o médium sofria perdas de peso de 7kgs a 18kgs (Meek 1987:69). O professor Crawford descobriu que todas as manifestações_físicas dos seus médiums – levitação_de_mesas, movimentação de objectos, etc., eram conseguidos através da construção ectoplásmica de varões, escoras e cachorros. No seu livro Psychic Strutures ele apresenta fotografias do ectoplasma a ser utilizado para levantar mesas. Na sua opinião abalizada de professor de engenharia mecânica:
… todos os resultados mecânicos, sem excepção, seguiam a lei da mecânica de uma viga fixada no corpo do médium, de um lado, e projectando-se para o meio da sala de sessões (Butler 1947:78).
http://www.victorzammit.com/book/portuguese/ch1120.htm
O ectoplasma é a mais protéica das substâncias e pode manifestar-se de muitas maneiras e com propriedades variadas. Isso foi demonstrado pelo Doutor W. J. Crawford, Professor de Engenharia Mecânica na Queen’s University, de Belfast. Dirigiu uma importante série de experiências de 1914 a 1920, com a médium Kathleen Goligher. Fêz o seu relato em três livros, que são:
“lhe Reality of Psychic Phenomena” (1917), - download (em inglês): A realidade dos fenômenos psíquicos
“Experiments in Psychical Science”, em 1919
e “lhe Psychic Structures at Lhe Goligher Circle” em 1921.
Do livro "HISTÓRIA DO ESPIRITISMO" de ARTHUR CONAN DOYLE - Capítulo 18 .
The Reality of Psychic Phenomena (1916),
Experiments in Psychic Science (1919)
e The Psychic Strutures in the Galigher Circle (1921).
Ele descobriu que, durante a materialização, o peso do médium baixava de 73kgs para 30kgs. Noutros casos descritos na literatura da especialidade, descobriu-se que o médium sofria perdas de peso de 7kgs a 18kgs (Meek 1987:69). O professor Crawford descobriu que todas as manifestações_físicas dos seus médiums – levitação_de_mesas, movimentação de objectos, etc., eram conseguidos através da construção ectoplásmica de varões, escoras e cachorros. No seu livro Psychic Strutures ele apresenta fotografias do ectoplasma a ser utilizado para levantar mesas. Na sua opinião abalizada de professor de engenharia mecânica:
… todos os resultados mecânicos, sem excepção, seguiam a lei da mecânica de uma viga fixada no corpo do médium, de um lado, e projectando-se para o meio da sala de sessões (Butler 1947:78).
http://www.victorzammit.com/book/portuguese/ch1120.htm
O ectoplasma é a mais protéica das substâncias e pode manifestar-se de muitas maneiras e com propriedades variadas. Isso foi demonstrado pelo Doutor W. J. Crawford, Professor de Engenharia Mecânica na Queen’s University, de Belfast. Dirigiu uma importante série de experiências de 1914 a 1920, com a médium Kathleen Goligher. Fêz o seu relato em três livros, que são:
“lhe Reality of Psychic Phenomena” (1917), - download (em inglês): A realidade dos fenômenos psíquicos
“Experiments in Psychical Science”, em 1919
e “lhe Psychic Structures at Lhe Goligher Circle” em 1921.
Do livro "HISTÓRIA DO ESPIRITISMO" de ARTHUR CONAN DOYLE - Capítulo 18 .
Sobre os fenômenos de levitação, eis a explicação do dr. Crawford:
Crawford explica a levitação de objetos pela teoria da alavanca psíquica. O médium, segundo essa teoria, expele de si um pseudópode ectoplasmático, isto é, uma porção de ectoplasma, em forma de barra (pseudópode quer dizer falso pé, falso membro) que, deixando a organização mediúnica, vai colher, com sua extremidade livre, o objeto a ser levitado, soerguendo-o. Uma prova que esta explicação é válida reside no fato de que, durante a levitação de um objeto qualquer, o peso do médium fica aumentado do peso desse objeto. Por exemplo: se o médium pesar 60 quilos e fizer levitar uma cadeira que pese, digamos, seis quilos, enquanto durar a levitação ele estará pesando 66 quilos. Além disso, a alavanca psíquica foi por diversas vezes fotografada. Mas Bozzano, em Pensamento e Vontade (F.E.B.), contesta a explicação de Crawford, lembrando que o ectoplasma, por ser profundamente influenciável pelo pensamento, ainda que inconscientemente formulado, como ocorre nos fenômenos de ideoplastia, talvez estivesse apenas se amoldando ao que Crawford esperava que ocorresse. É assunto para se discutir. Mas, a estar certa a teoria de Crawford, na levitação do corpo do médium este liberaria uma porção de ectoplasma que, apoiando-se no chão, rigidamente, levantaria o médium, fazendo as funções da vara com que os desportistas saltam obstáculos.
Crawford explica a levitação de objetos pela teoria da alavanca psíquica. O médium, segundo essa teoria, expele de si um pseudópode ectoplasmático, isto é, uma porção de ectoplasma, em forma de barra (pseudópode quer dizer falso pé, falso membro) que, deixando a organização mediúnica, vai colher, com sua extremidade livre, o objeto a ser levitado, soerguendo-o. Uma prova que esta explicação é válida reside no fato de que, durante a levitação de um objeto qualquer, o peso do médium fica aumentado do peso desse objeto. Por exemplo: se o médium pesar 60 quilos e fizer levitar uma cadeira que pese, digamos, seis quilos, enquanto durar a levitação ele estará pesando 66 quilos. Além disso, a alavanca psíquica foi por diversas vezes fotografada. Mas Bozzano, em Pensamento e Vontade (F.E.B.), contesta a explicação de Crawford, lembrando que o ectoplasma, por ser profundamente influenciável pelo pensamento, ainda que inconscientemente formulado, como ocorre nos fenômenos de ideoplastia, talvez estivesse apenas se amoldando ao que Crawford esperava que ocorresse. É assunto para se discutir. Mas, a estar certa a teoria de Crawford, na levitação do corpo do médium este liberaria uma porção de ectoplasma que, apoiando-se no chão, rigidamente, levantaria o médium, fazendo as funções da vara com que os desportistas saltam obstáculos.
Luís Olímpio Teles de Menezes - 26/07/1825 - 185 anos de nascimento
Luís Olímpio Teles de Menezes nasceu na cidade do Salvador, aos 26 de julho de 1825 e desencarnou, no Rio de Janeiro, pobre e esquecido, em 1893. Era filho do Capitão graduado Fernando Luís Teles de Menezes e D. Francisca Umbelina de Figueiredo Menezes, integrante da ilustre família dos Menezes, de velhos capitães, magistrados e clérigos portugueses, a qual desde os primórdios do século XVIII, deu entrada no Brasil. Estabilizou-se na Bahia, dando origem a extensa descendência.Teles de Menezes casou-se, em primeira núpcias, aos 23 anos, com D. Ana Amélia Xavier de Menezes, da mesma idade. Nela, Teles de Menezes encontrou a esposa compreensiva e carinhosa de todos os instantes até a sua desencarnação em 28 de agosto de 1865. Foi pródiga a descendência desse primeiro matrimônio – entre filhos, netos, bisnetos e tetranetos, contando-se, ainda hoje, com alguns vivos.Segundo o historiador Dr. Alexandre Passos, embora não seja possível determinar, de fato, a que ramo pertenceu Teles de Menezes, “não resta dúvida, a menor dúvida aliás, que os Menezes, salvo raras exceções, bons serviços prestaram ao Brasil Colônia e ao Brasil Reino”.Ainda jovem, Teles de Menezes decidiu seguir a carreira do pai. Entrou para o curso de Artilharia em sua cidade natal, porém logo a abandonou por faltar-lhe a vocação. Dedicou-se, então, ao magistério. Participou, ardorosamente, da campanha contra o analfabetismo e ao incentivo da literatura entre os jovens baianos. O ensino das primeiras letras no Brasil decretado desde 1827, ainda não era bem aceito pelo povo, como não o era o próprio, deste sendo exigida muita renúncia e abnegação. Por vários anos, Teles de Menezes foi professor de instrução primária e de Latim. Apreciador do purismo gramatical, publicou um compêndio a que deu o título de “Ortoépia da Língua Portuguesa”.Convivendo nos meio cultos, Teles de Menezes estabeleceu relações com ilustres educadores baianos, tendo diversos deles, mais tarde, colaborado na propaganda do Espiritismo. Entre estes últimos, podem ser citados os nomes de Zacarias Nunes da Silva Freire, José Francisco Lopes, Aureliano Henrique Tosta, Marciano Antônio da Silva Oliveira, Francisco Álvares dos Santos, Gervásio Juvêncio da Conceição e Antônio Gentil Ibirapitanga.Na Biblioteca Pública da Bahia, fundada em 04 de maio de 1811, a primeira América do Sul, Teles de Menezes desempenhou as funções de “Oficial de Biblioteca”, cargo em que se aposentou, passando a receber magros proventos.Teles de Menezes, patriota e monarquista, ingressou na Guarda Nacional, criada em 1831, “famosa naqueles tempos e que tão relevantes serviços prestou ao Segundo Império”, onde recebeu e desempenhou, condignamente, o posto de Capitão do Estado Maior do Comando Superior. Homens ilustres como o Visconde de Passé (Francisco Antônio da Rocha Pita e Argollo), Comendador da Ordem da Rosa, e Joaquim Batista Imburama, veterano da Independência, agraciado com a medalha da Campanha da Bahia, e, também, com a veneranda Ordem da Rosa, pertenceram aos seus quadros e apoiaram o movimento espírita na Bahia ao lado de Teles de Menezes que mais tarde foi reformado no posto de Tenente-Coronel.
O JORNALISTA
Teles de Menezes dedicou-se ao jornalismo. Escreveu em vários jornais e revistas da imprensa leiga da Cidade do Salvador. Dentre estes, em 1872, no “Diário da Bahia” (1856-1956) e no “Jornal da Bahia” (1853-1878) liberal o primeiro, conservador o segundo, e ainda, no “Interesse Público” (1860-1870), períodos considerados àquela época, os mais importantes da Bahia.Ainda como jornalista, Teles de Menezes fez parte da redação da “A Época Literária”, sendo o seu principal redator. Nesta revista, publicou, ainda sem muita experiência e quando ainda não era espírita, nas páginas 24 e seguintes, em folhetins até o capítulo VIII, a novela “Os Dois Rivais”, em estilo ultra-romântico, considerada por David Salles uma das primeiras manifestações da ficção na Bahia, embora peque pela não citação do autor.Publicada sobre os auspícios do poeta e estadista Domingos Borges de Barros, o célebre Visconde de Pedra Branca, pertencente ao Conselho de Sua Majestade, o Imperador, e um dos grandes protetores das letras pátrias, “A Época Literária” saía mensalmente, com 32 páginas, impressa a princípio, pela Tipografia de Carlos Poggetti e, pouco depois, pela Tipografia de Epifânio José Pedrosa. Era, então, uma das poucas folhas literárias existentes na Bahia. O analfabetismo reinante em nossa terra não permitia desenvolver, no espírito baiano, o gosto pelas letras pátrias.Segundo o historiador Pedro Calmón, nos três tomos de “A Época Literária”, encontram-se colaboração dos “melhores espíritos da época”, como: Domingos Borges de Barros (seu diretor), José Martins Pereira de Alencastre, Pedro Antônio de Oliveira Botelho, Antonio Augusto de Mendonça, Laurindo Rabelo, Constantino do Amaral Tavares, Rodrigo Xavier de Figueiredo Ardignac, além do nosso confrade Luís Olímpio Teles de Menezes.Teles de Menezes contava, nessa época, 24 anos de idade e ainda sem projeção nos meios literários e artísticos. Por isso seu nome não constou no frontispício da revista, uma vez que só nomes conhecidos facilitariam a divulgação da mesma. Todavia, o artigo de fundo do primeiro número de “A Época Literária” foi escrito por Teles de Menezes, sob as iniciais L.O.T.M., e se intitulava, simplesmente, “LEDE”.Nesse artigo, Teles de Menezes inicia lembrando a evolução das nações como Grécia e Roma que galgaram o cume da magnificência para, depois, descambarem na decadência e na ruína. Partindo daí num arrebatamento patriótico próprio dos jovens, passa a analisar a evolução social brasileira, prosseguindo pelos séculos XVI a XIX, até “o brado heróico da liberdade” de 07 de setembro de 1822. Prosseguira Teles de Menezes enaltecendo o Brasil: “O colosso americano começou a caminhar a passos de gigante para o progresso e a civilização, e, consequentemente, muito avulta a sua literatura, por que é esta – o órgão do progresso e da civilização de um povo”.Teles de Menezes vaticinava para o Brasil, num futuro não muito remoto, “o primeiro lugar na Escala das Nações”. Ele, realmente, confiava nos destinos e na grandiosa missão do Brasil.
TELES DE MENEZES CONTINUA A SUA EMPRESA
Ao iniciar-se o segundo período (2º semestre) de “A Época Literária”,, volta a inserir outro artigo editorial, datado de 25 de março de 1850, assinando, como no primeiro, com suas iniciais L.O.T.M., e tendo o mesmo título do anterior – “LEDE”, o qual é, aqui, transcrito “in-totum”:“Se os nossos esforços, empregados no primeiro período, satisfizeram ao público sensato e justo avaliador, preenchendo os deveres da árdua tarefa que nos impusermos, é o que não podemos afirmar.“Que não nos poupamos a dificuldade alguma, para com pontualidade desempenharmos o que prometemos, - embora não pudéssemos inteiramente tornar o nosso periódico tão interessante como desejávamos, é o que podemos assegurar aos nossos leitores.“Se o público consciencioso continuar a acolhê-lo com aquela benignidade, com que o há feito, desculpando generosamente a nós, que inda agora estreamos a carreira das letras, então o nosso periódico, escudado – como se acha – por uma das notabilidades literárias da Bahia, irá, assim mesmo despido de todas as galas, modestamente sentar-se no meio das publicações deste gênero, que atualmente se fazem nos diversos pontos do Império Brasileiro.“ Infelizmente na Bahia – e com profunda mágoa o dizemos! -, ainda um pouco atrasada em civilização (bem entendida), não podem tais empresas encontrar um pleno apoio, tão necessário para a sua animação, desenvolvimento e bom êxito.“E ordinariamente eis o que sucede:“Aqui, levantam-se cabeças orgulhosas de sua posição social, que com requintado desdém olham para a nova publicação.“E por que assim o fazem?“Porque ocupadas no cultivo da política, deslumbradas pelo futuro que elas lhes promete, anteolha-se-lhes árido e estéril o campo das letras, tanto mais quanto se julgam homens da primeira plana, e este autor não freqüenta a roda a que tanto se ufanam eles de pertencer.“Ali, surgem outras, que, sem ao menos lerem a obra ou o jornal, previamente o condenam, porque – dizem – não gostam de ler escritos de autor desconhecido, que não tem fama, por isso que estão acostumados a aplaudir as obras, quaisquer que sejam, não pelo seu mérito, mas sim pela nomeada do indivíduo.“Além, aparecem antagonistas que, ciosos (talvez) de não serem os pais da idéia novamente emitida, buscam com terrível egoísmo cavar a ruína da nascente empresa.“ – Que devemos pensar de tudo isso?“ – É questão a que nos forramos de responder, porque nela existe o cunho da ignorância e do amor – próprio mais degenerado.“É portanto com todos estes obstáculos que o nosso periódico – que nos aprouve chamá-lo “A Época Literária” – tem lutado, e há-de relutar no ir por diante de sua existência; mas desprezando nós tudo quanto com seus envesgados olhos puder tramar a desprezível inveja, e confiando na benevolência do público sensato e justo, - diremos ainda uma vez, cheios de entusiasmo, com o Poeta brasileiro:...Senhor, propício atende:Nada por nós, por nossa Pátria tudo; Fados brilhantes ao Brasil concede.Bahia, 25 de março de 1850(L.O.T.M.)”.Em 29 de maio do mesmo ano, D. Romualdo Antônio de Seixas, Metropolitano e Primaz do Brasil, enviou longa missiva à redação de “A Época Literária”, elogiando o trabalho de seus dirigentes:Em julho de 1850, três importantes personalidades da sociedade baiana passaram a integrar a equipe de redação de “A Época Literária”, Dr. Manoel Maria do Amaral Sobrinho, José Álvares do Amaral e Dr. Inácio José da Cunha. O primeiro pertencia a ilustre família de políticos baianos; os outros dois, como veremos posteriormente, tornaram-se, juntamente com Teles de Menezes, pioneiros do movimento espírita no Brasil.Em 15 de janeiro de 1851, Teles de Menezes, em outro artigo de fundo, agradece o interesse dos leitores pela revista; mas apresenta, ao mesmo tempo a dura realidade que " A Época Literária” enfrentava: - dificuldades financeiras prementes. Solicita, então, ajuda dos assinantes amigos, entre os quais se incluíam pessoas de grande projeção na Sociedade baiana. Entretanto, seu apelo foi inútil; não obteve a resposta desejada. E a alma sensível do jovem Teles de Menezes, sofreu o rude golpe de ver “A Época Literária”, depois de pouco tempo, sair de circulação.
O CONSERVATÓRIO DRAMÁTICO DA BAHIA
A 15 de agosto de 1857, foi instalado o Conservatório Dramático da Bahia, pelo literato e dramaturgo Dr. Agrário de Souza Menezes. Seu corpo de sócios era limitado a cinqüenta, só sendo admitido os que “tivessem dado provas de inteligência cultivada e de gosto pela arte dramática”. Desse conservatório que, segundo Affonso Ruy em “História do Teatro na Bahia” (1959), “arregimentou o escol espiritual da Província, com os bons propósitos de incentivar e elevar as letras dramáticas e o nível moral da cena”, participaram além de Teles de Menezes, destacadas personalidades baianas como: Frei Carneiro da Cunha, Júlio Cesar Leal, Filgueiras Sobrinho, Amaral Tavares, Pinto Paca, Álvares da Silva, Castro Alves, Rui Barbosa, Belarmino Barreto, Guedes Cabral, Cunha Vale, Rodrigues da Costa e Paulino Gil.A sua instalação, o Conservatório da Bahia, que funcionou num dos salões do extinto Teatro São João, compunha-se de 24 sócios.Foi devido a sua sede de cultura e de conhecimento que Teles de Menezes veio a se interessar pelos fenômenos “inexplicáveis” que ocorriam em todos os continentes e que chamaram a atenção da humanidade. Durante toda a fase de implantação da Doutrina Espírita na França, por Allan Kardec, Teles de Menezes manteve relações de amizade com os espíritas franceses.O intercâmbio de idéias e a correspondência epistolar mantidas entre os dois países facilitaram a chegada a terras baianas das tendências filosóficas e culturais que emergiam além-mar.A febre do magnetismo e os fenômenos espíritas explodiam em toda parte e Teles de Menezes interessou-se, vivamente, por esses assuntos, da mesma forma quanto a Allan Kardec e aos trabalhos que este desenvolveu juntamente com os espíritos Codificadores e que culminaram com o lançamento do livro dos Espíritos em 1857.Daí Teles de Menezes vir a tornar-se sócio honorário correspondente da Sociedade Magnética da Itália, filiando-se, “igualmente a várias entidades espíritas” e espiritualistas européias.Dentre os distintos confrades com quem Teles de Menezes manteve correspondência, distinguem-se o professor Denizard Hippolyte Leon Rivail e seu secretário A. Deslien.
Em 1860, surgiram no Brasil as primeiras obras espíritas. Cinco anos depois, precisamente às 22,30 horas do dia 17 de setembro de 1865, realizou-se em Salvador, na Bahia, a primeira sessão espírita no Brasil, sob a direção do pioneiro Luís Olímpio Teles de Menezes. Ainda em 1865, o mesmo Teles de Menezes fundou, também na Bahia, o primeiro Centro Espírita brasileiro, o Grupo Familiar do Espiritismo.Essa iniciativa provocou imediata reação da Igreja que encontrou, em Teles de Menezes, um adversário corajoso e honesto. No ao de 1866 foi feito o lançamento, na capital baiana, do opúsculo “O Espiritismo – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita”, contendo páginas traduzida por Teles de Menezes da 13ª edição de “O Livro dos Espíritos”, além dum “Apêndice” de outro autor francês e do prefácio “Lede”, em que Teles de Menezes diz do seu júbilo “de ter sido o primeiro na Bahia que, fervorosamente, esposou a doutrina espírita”, afirmando, adiante, ser a sua província natal, “metrópole de todas quantas grandes idéias surgem no Brasil”, a escolhida por Deus para ser o centro donde as idéias espíritas se irradiariam por toda Nação.
O ECHO D’ALÉM-TÚMULO
Em 1869 (8 de março), Teles de Menezes reunia seus companheiros no “Grêmio de estudos Espiríticos da Bahia” e anunciou o aparecimento, para breve, do primeiro jornal espírita do Brasil: “O ECHO D’ALÉM-TÚMULO”, o que realmente ocorreu naquele mesmo ano, no mês de julho. Participaram da histórica assembléia de fundação do “Monitor do Espiritismo no Brasil” os seguintes idealistas: Prof. Aureliano Henrique Tosta, Dr. Joaquim Carneiro de Campos, Dr. Manuel Correia Garcia, Dr. Inácio José da Cunha; José Martins Pena e o Prof. José Francisco Lopes.Com 56 páginas, in 8º, bimestral, circulava mão só na Bahia, mas em outras partes do território nacional, bem como em Londres, Lyon, Paris, Madrid, Barcelona, Sevilha, Nova Iorque, Bolonha e Catânia. Imprimia-o a Tipografia do “Diário da Bahia”. Este importante jornal, considerado por Aloísio Carvalho Filho (Lulu Parola) “semeador de princípios liberais, viveiro e pouso de brilhantes jornalistas, onde, por sua maior glória, se emplumaram Rui e Vitorino”, foi o primeiro órgão da imprensa brasileira a acolher em suas colunas artigos de caráter espírita escritos por Teles de Menezes.E o “ECHO D’ALÉM-TÚMULO” nasce abolicionista, difundindo, em meio a efervescência política da época, os princípios imortais do Espiritismo, sustentados na máxima: igualdade, liberdade e fraternidade. Teles de Menezes deixava transparecer claramente, pelas páginas do jornal espírita que dirigia, sua filiação à obra emancipadora, dos grandes liberais baianos daquele tempo, tais como Souza Dantas, João Barbosa, Saraiva, Rui, César Zama, Castro Alves e Zacarias Nunes da Silva Freire.O Professor Antônio Loureiro (de saudosíssima memória) incluiu no seu trabalho “APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DA IMPRENSA NA BAHIA”, substancial registro sobre o “ECHO D’ALÉM-TÚMULO”, inscrevendo-o, sem nenhum favor, no contexto da história da nossa Imprensa tão rica de realização em prol dos fundamentais princípios que norteiam os notáveis pioneiros.
CONCLUSÃO
Por volta de 1876, Teles de Menezes partiu para o Rio de Janeiro onde fixou residência na Rua Barão de são Félix, 165 – Sobrado, onde viveu com a sua Segunda esposa, D. Elisa Pereira de Figueiredo Menezes e alguns filhos do primeiro matrimônio.Aos 16 de março de 1893, após sofrer os embates de dolorosa e pertinaz enfermidade (nefrite), desencarnou o pioneiro da Imprensa Espírita no Brasil, aos 68 anos de idade. O féretro saiu de sua casa, para o cemitério de S. Francisco Xavier.Teles de Menezes inscreve-se no contexto da Imprensa Espírita, e, historicamente, no da Imprensa Brasileira como um de seus mais lídimos exemplos de idealismo e honradez.
O JORNALISTA
Teles de Menezes dedicou-se ao jornalismo. Escreveu em vários jornais e revistas da imprensa leiga da Cidade do Salvador. Dentre estes, em 1872, no “Diário da Bahia” (1856-1956) e no “Jornal da Bahia” (1853-1878) liberal o primeiro, conservador o segundo, e ainda, no “Interesse Público” (1860-1870), períodos considerados àquela época, os mais importantes da Bahia.Ainda como jornalista, Teles de Menezes fez parte da redação da “A Época Literária”, sendo o seu principal redator. Nesta revista, publicou, ainda sem muita experiência e quando ainda não era espírita, nas páginas 24 e seguintes, em folhetins até o capítulo VIII, a novela “Os Dois Rivais”, em estilo ultra-romântico, considerada por David Salles uma das primeiras manifestações da ficção na Bahia, embora peque pela não citação do autor.Publicada sobre os auspícios do poeta e estadista Domingos Borges de Barros, o célebre Visconde de Pedra Branca, pertencente ao Conselho de Sua Majestade, o Imperador, e um dos grandes protetores das letras pátrias, “A Época Literária” saía mensalmente, com 32 páginas, impressa a princípio, pela Tipografia de Carlos Poggetti e, pouco depois, pela Tipografia de Epifânio José Pedrosa. Era, então, uma das poucas folhas literárias existentes na Bahia. O analfabetismo reinante em nossa terra não permitia desenvolver, no espírito baiano, o gosto pelas letras pátrias.Segundo o historiador Pedro Calmón, nos três tomos de “A Época Literária”, encontram-se colaboração dos “melhores espíritos da época”, como: Domingos Borges de Barros (seu diretor), José Martins Pereira de Alencastre, Pedro Antônio de Oliveira Botelho, Antonio Augusto de Mendonça, Laurindo Rabelo, Constantino do Amaral Tavares, Rodrigo Xavier de Figueiredo Ardignac, além do nosso confrade Luís Olímpio Teles de Menezes.Teles de Menezes contava, nessa época, 24 anos de idade e ainda sem projeção nos meios literários e artísticos. Por isso seu nome não constou no frontispício da revista, uma vez que só nomes conhecidos facilitariam a divulgação da mesma. Todavia, o artigo de fundo do primeiro número de “A Época Literária” foi escrito por Teles de Menezes, sob as iniciais L.O.T.M., e se intitulava, simplesmente, “LEDE”.Nesse artigo, Teles de Menezes inicia lembrando a evolução das nações como Grécia e Roma que galgaram o cume da magnificência para, depois, descambarem na decadência e na ruína. Partindo daí num arrebatamento patriótico próprio dos jovens, passa a analisar a evolução social brasileira, prosseguindo pelos séculos XVI a XIX, até “o brado heróico da liberdade” de 07 de setembro de 1822. Prosseguira Teles de Menezes enaltecendo o Brasil: “O colosso americano começou a caminhar a passos de gigante para o progresso e a civilização, e, consequentemente, muito avulta a sua literatura, por que é esta – o órgão do progresso e da civilização de um povo”.Teles de Menezes vaticinava para o Brasil, num futuro não muito remoto, “o primeiro lugar na Escala das Nações”. Ele, realmente, confiava nos destinos e na grandiosa missão do Brasil.
TELES DE MENEZES CONTINUA A SUA EMPRESA
Ao iniciar-se o segundo período (2º semestre) de “A Época Literária”,, volta a inserir outro artigo editorial, datado de 25 de março de 1850, assinando, como no primeiro, com suas iniciais L.O.T.M., e tendo o mesmo título do anterior – “LEDE”, o qual é, aqui, transcrito “in-totum”:“Se os nossos esforços, empregados no primeiro período, satisfizeram ao público sensato e justo avaliador, preenchendo os deveres da árdua tarefa que nos impusermos, é o que não podemos afirmar.“Que não nos poupamos a dificuldade alguma, para com pontualidade desempenharmos o que prometemos, - embora não pudéssemos inteiramente tornar o nosso periódico tão interessante como desejávamos, é o que podemos assegurar aos nossos leitores.“Se o público consciencioso continuar a acolhê-lo com aquela benignidade, com que o há feito, desculpando generosamente a nós, que inda agora estreamos a carreira das letras, então o nosso periódico, escudado – como se acha – por uma das notabilidades literárias da Bahia, irá, assim mesmo despido de todas as galas, modestamente sentar-se no meio das publicações deste gênero, que atualmente se fazem nos diversos pontos do Império Brasileiro.“ Infelizmente na Bahia – e com profunda mágoa o dizemos! -, ainda um pouco atrasada em civilização (bem entendida), não podem tais empresas encontrar um pleno apoio, tão necessário para a sua animação, desenvolvimento e bom êxito.“E ordinariamente eis o que sucede:“Aqui, levantam-se cabeças orgulhosas de sua posição social, que com requintado desdém olham para a nova publicação.“E por que assim o fazem?“Porque ocupadas no cultivo da política, deslumbradas pelo futuro que elas lhes promete, anteolha-se-lhes árido e estéril o campo das letras, tanto mais quanto se julgam homens da primeira plana, e este autor não freqüenta a roda a que tanto se ufanam eles de pertencer.“Ali, surgem outras, que, sem ao menos lerem a obra ou o jornal, previamente o condenam, porque – dizem – não gostam de ler escritos de autor desconhecido, que não tem fama, por isso que estão acostumados a aplaudir as obras, quaisquer que sejam, não pelo seu mérito, mas sim pela nomeada do indivíduo.“Além, aparecem antagonistas que, ciosos (talvez) de não serem os pais da idéia novamente emitida, buscam com terrível egoísmo cavar a ruína da nascente empresa.“ – Que devemos pensar de tudo isso?“ – É questão a que nos forramos de responder, porque nela existe o cunho da ignorância e do amor – próprio mais degenerado.“É portanto com todos estes obstáculos que o nosso periódico – que nos aprouve chamá-lo “A Época Literária” – tem lutado, e há-de relutar no ir por diante de sua existência; mas desprezando nós tudo quanto com seus envesgados olhos puder tramar a desprezível inveja, e confiando na benevolência do público sensato e justo, - diremos ainda uma vez, cheios de entusiasmo, com o Poeta brasileiro:...Senhor, propício atende:Nada por nós, por nossa Pátria tudo; Fados brilhantes ao Brasil concede.Bahia, 25 de março de 1850(L.O.T.M.)”.Em 29 de maio do mesmo ano, D. Romualdo Antônio de Seixas, Metropolitano e Primaz do Brasil, enviou longa missiva à redação de “A Época Literária”, elogiando o trabalho de seus dirigentes:Em julho de 1850, três importantes personalidades da sociedade baiana passaram a integrar a equipe de redação de “A Época Literária”, Dr. Manoel Maria do Amaral Sobrinho, José Álvares do Amaral e Dr. Inácio José da Cunha. O primeiro pertencia a ilustre família de políticos baianos; os outros dois, como veremos posteriormente, tornaram-se, juntamente com Teles de Menezes, pioneiros do movimento espírita no Brasil.Em 15 de janeiro de 1851, Teles de Menezes, em outro artigo de fundo, agradece o interesse dos leitores pela revista; mas apresenta, ao mesmo tempo a dura realidade que " A Época Literária” enfrentava: - dificuldades financeiras prementes. Solicita, então, ajuda dos assinantes amigos, entre os quais se incluíam pessoas de grande projeção na Sociedade baiana. Entretanto, seu apelo foi inútil; não obteve a resposta desejada. E a alma sensível do jovem Teles de Menezes, sofreu o rude golpe de ver “A Época Literária”, depois de pouco tempo, sair de circulação.
O CONSERVATÓRIO DRAMÁTICO DA BAHIA
A 15 de agosto de 1857, foi instalado o Conservatório Dramático da Bahia, pelo literato e dramaturgo Dr. Agrário de Souza Menezes. Seu corpo de sócios era limitado a cinqüenta, só sendo admitido os que “tivessem dado provas de inteligência cultivada e de gosto pela arte dramática”. Desse conservatório que, segundo Affonso Ruy em “História do Teatro na Bahia” (1959), “arregimentou o escol espiritual da Província, com os bons propósitos de incentivar e elevar as letras dramáticas e o nível moral da cena”, participaram além de Teles de Menezes, destacadas personalidades baianas como: Frei Carneiro da Cunha, Júlio Cesar Leal, Filgueiras Sobrinho, Amaral Tavares, Pinto Paca, Álvares da Silva, Castro Alves, Rui Barbosa, Belarmino Barreto, Guedes Cabral, Cunha Vale, Rodrigues da Costa e Paulino Gil.A sua instalação, o Conservatório da Bahia, que funcionou num dos salões do extinto Teatro São João, compunha-se de 24 sócios.Foi devido a sua sede de cultura e de conhecimento que Teles de Menezes veio a se interessar pelos fenômenos “inexplicáveis” que ocorriam em todos os continentes e que chamaram a atenção da humanidade. Durante toda a fase de implantação da Doutrina Espírita na França, por Allan Kardec, Teles de Menezes manteve relações de amizade com os espíritas franceses.O intercâmbio de idéias e a correspondência epistolar mantidas entre os dois países facilitaram a chegada a terras baianas das tendências filosóficas e culturais que emergiam além-mar.A febre do magnetismo e os fenômenos espíritas explodiam em toda parte e Teles de Menezes interessou-se, vivamente, por esses assuntos, da mesma forma quanto a Allan Kardec e aos trabalhos que este desenvolveu juntamente com os espíritos Codificadores e que culminaram com o lançamento do livro dos Espíritos em 1857.Daí Teles de Menezes vir a tornar-se sócio honorário correspondente da Sociedade Magnética da Itália, filiando-se, “igualmente a várias entidades espíritas” e espiritualistas européias.Dentre os distintos confrades com quem Teles de Menezes manteve correspondência, distinguem-se o professor Denizard Hippolyte Leon Rivail e seu secretário A. Deslien.
Em 1860, surgiram no Brasil as primeiras obras espíritas. Cinco anos depois, precisamente às 22,30 horas do dia 17 de setembro de 1865, realizou-se em Salvador, na Bahia, a primeira sessão espírita no Brasil, sob a direção do pioneiro Luís Olímpio Teles de Menezes. Ainda em 1865, o mesmo Teles de Menezes fundou, também na Bahia, o primeiro Centro Espírita brasileiro, o Grupo Familiar do Espiritismo.Essa iniciativa provocou imediata reação da Igreja que encontrou, em Teles de Menezes, um adversário corajoso e honesto. No ao de 1866 foi feito o lançamento, na capital baiana, do opúsculo “O Espiritismo – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita”, contendo páginas traduzida por Teles de Menezes da 13ª edição de “O Livro dos Espíritos”, além dum “Apêndice” de outro autor francês e do prefácio “Lede”, em que Teles de Menezes diz do seu júbilo “de ter sido o primeiro na Bahia que, fervorosamente, esposou a doutrina espírita”, afirmando, adiante, ser a sua província natal, “metrópole de todas quantas grandes idéias surgem no Brasil”, a escolhida por Deus para ser o centro donde as idéias espíritas se irradiariam por toda Nação.
O ECHO D’ALÉM-TÚMULO
Em 1869 (8 de março), Teles de Menezes reunia seus companheiros no “Grêmio de estudos Espiríticos da Bahia” e anunciou o aparecimento, para breve, do primeiro jornal espírita do Brasil: “O ECHO D’ALÉM-TÚMULO”, o que realmente ocorreu naquele mesmo ano, no mês de julho. Participaram da histórica assembléia de fundação do “Monitor do Espiritismo no Brasil” os seguintes idealistas: Prof. Aureliano Henrique Tosta, Dr. Joaquim Carneiro de Campos, Dr. Manuel Correia Garcia, Dr. Inácio José da Cunha; José Martins Pena e o Prof. José Francisco Lopes.Com 56 páginas, in 8º, bimestral, circulava mão só na Bahia, mas em outras partes do território nacional, bem como em Londres, Lyon, Paris, Madrid, Barcelona, Sevilha, Nova Iorque, Bolonha e Catânia. Imprimia-o a Tipografia do “Diário da Bahia”. Este importante jornal, considerado por Aloísio Carvalho Filho (Lulu Parola) “semeador de princípios liberais, viveiro e pouso de brilhantes jornalistas, onde, por sua maior glória, se emplumaram Rui e Vitorino”, foi o primeiro órgão da imprensa brasileira a acolher em suas colunas artigos de caráter espírita escritos por Teles de Menezes.E o “ECHO D’ALÉM-TÚMULO” nasce abolicionista, difundindo, em meio a efervescência política da época, os princípios imortais do Espiritismo, sustentados na máxima: igualdade, liberdade e fraternidade. Teles de Menezes deixava transparecer claramente, pelas páginas do jornal espírita que dirigia, sua filiação à obra emancipadora, dos grandes liberais baianos daquele tempo, tais como Souza Dantas, João Barbosa, Saraiva, Rui, César Zama, Castro Alves e Zacarias Nunes da Silva Freire.O Professor Antônio Loureiro (de saudosíssima memória) incluiu no seu trabalho “APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DA IMPRENSA NA BAHIA”, substancial registro sobre o “ECHO D’ALÉM-TÚMULO”, inscrevendo-o, sem nenhum favor, no contexto da história da nossa Imprensa tão rica de realização em prol dos fundamentais princípios que norteiam os notáveis pioneiros.
CONCLUSÃO
Por volta de 1876, Teles de Menezes partiu para o Rio de Janeiro onde fixou residência na Rua Barão de são Félix, 165 – Sobrado, onde viveu com a sua Segunda esposa, D. Elisa Pereira de Figueiredo Menezes e alguns filhos do primeiro matrimônio.Aos 16 de março de 1893, após sofrer os embates de dolorosa e pertinaz enfermidade (nefrite), desencarnou o pioneiro da Imprensa Espírita no Brasil, aos 68 anos de idade. O féretro saiu de sua casa, para o cemitério de S. Francisco Xavier.Teles de Menezes inscreve-se no contexto da Imprensa Espírita, e, historicamente, no da Imprensa Brasileira como um de seus mais lídimos exemplos de idealismo e honradez.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Newton Boechat - 25/07/1925 - 85 anos de nascimento
Nasceu em Apiacá, cidade do interior do Espírito Santo, bem próximo à divisa com o estado do Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1928.
* Filho de Clodomiro Lemgruber Boechat e Himbelsa Boechat. Seu nome completo era Newton Lemgruber Boechat.
* Recebeu as primeiras letras em sua terra natal. A partir de 10 anos de idade, foi estudar em Santo Antônio de Pádua, no estado do Rio, onde concluiu o curso secundário.
* Por volta dos 17 anos mudou-se para Belo Horizonte. Ali formou-se em línguas neolatinas, após 4 anos de Universidade.
*Diplomado, fez concurso público e foi admitido no antigo IAPETEC (hoje incorporado ao INSS), na cidade de Belo Horizonte.
* Por volta de 1956, solicitou transferência para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar no setor de Benefícios, até aposentar-se.
* Nessa época, trabalhava também como tradutor juramentado, especialmente da língua francesa, que conhecia profundamente.
* Desencarnou no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, em 22 de agosto de 1990, quando se dirigia para a reunião cristã do lar da fiel amiga Josefa Derriba Vilas, mais conhecida entre os espíritas por Pepita.
* Foi profissional competente, sempre elogiado por seus superiores, valendo ressaltar que era conhecido como dos mais velozes datilógrafos da repartição. Guardava de memória leis, jurisprudência e casos específicos de beneficiários do INSS, cujos processos passavam por suas mãos. Sabia de cor os números dos processos e os despachos.
* Detalhe curioso: trabalhava exatamente numa autarquia responsável pela velhice, assistência e invalidez das criaturas. E exatamente no setor de benefícios...
* Seu corpo foi enterrado no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Rio de Janeiro, no dia 23 de agosto, com a presença de numerosos parentes, amigos e admiradores, dentre os quais o presidente da Federação Espírita Brasileira, Juvanir Borges de Souza; Cláudia Bonmartin, representando a União Espírita Francesa e Francófona; Luciano dos Anjos Filho, representando o Grupo dos Oito; Pepita; Abelardo Idalgo Magalhães, a médium Esmeralda, o primo Norberto Boechat, a irmã Vírgula, Eduardo Guimarães, Elmo Queiroz e muitos outros. Luciano dos Anjos fez breve relato da vida e atividades do grande amigo. O ESPÍRITA* Desde garoto Newton Boechat viu-se envolvido em ambiente espírita. Seu avô paterno, Júlio Boechat, tinha fama de médium curador, na cidade de Santo Antônio de Pádua, sendo notáveis as reuniões mediúnicas que dirigia, com comunicações psicofônicas e doutrinação de espíritos.
* Já morando em Belo Horizonte, fez amizade com membros atuantes do movimento espírita, tais como César Burnier Pessoa de Mello (de quem se tornou grande amigo), Rubens Romanelli, Camillo Chaves e outros.
* Iniciou, então, visitas que se tornaram freqüentes à cidade de Pedro Leopoldo, quando conheceu Francisco Cândido Xavier e Rômulo Joviano, que era muito amigo do extraordinário médium.
* Passou nessa época a falar nas reuniões públicas do Centro Espírita Luiz Gonzaga, enquanto Chico Xavier recebia mensagens psicográficas.
* Na ocasião, César Burnier – também médium de muitos recursos – vaticinou que Newton Boechat seria conhecido em todo o Brasil e falaria na América do Sul e Europa. O vaticínio, como sabemos bem, de fato se cumpriu.
* Ainda em Belo Horizonte, durante o período de estudos (quando chegou a trabalhar em humilde emprego), fundou, com muita dificuldade financeira, um jornal, em parceria com Gustavo Pancrácio: A Luz do Mundo. Chegou a editar 7 números. Luciano dos Anjos tem alguns exemplares em seus arquivos, inclusive com anotações feitas à margem, de próprio punho, por Newton Boechat.
* A Luz do Mundo publicou uma importante entrevista feita por Newton Boechat com o famoso médium Pietro Ubaldi, na ocasião de sua visita a Belo Horizonte e Pedro Leopoldo, quando aconteceu o histórico encontro do médium italiano com Chico Xavier, presentes Newton Boechat, Rubens Romanelli, César Burnier, Clóvis Tavares e outros.
* Transferindo-se para o Rio de Janeiro, intensificou suas atividades espíritas, proferindo palestras e conferências em todo o Brasil e participando de inúmeras reuniões de estudo, públicas e privadas. Ocupou a tribuna em instituições do Paraguai, Uruguai, Argentina, Portugal, Espanha, Itália e França. Realizou cerca de 7.000 palestras públicas em todo o Brasil.
* De memória privilegiada, citava de cor capítulos inteiros das Sagradas Escrituras e trechos de obras reportadas.
* Não era um orador retumbante, mas um expositor didático que recorria a quadros retóricos de imagens muito nítidas, durante as quais desenvolvia lindas lições de caridade e profundo conhecimento doutrinário. Falava de improviso sobre qualquer assunto que lhe fosse suscitado. Suas preces eram de beleza transcendental.
* Entre suas palestras mais famosas podemos relacionar: “Prisões sem Grades” (a mais solicitada), “A Manifestação do Ser na Arte, na Dor e no Amor”, “Aspectos da Crucificação de Jesus” (baseada em dados de pesquisa fornecidos por Luciano dos Anjos), “Além da Fronteira de Cinzas”, “O Apóstolo Paulo perante Festo e Agripa”, “Rumo à Unidade do Espírito”, “Quatro Faixas de Consciência”, “Chico Xavier, 50 Anos-Luz de Mediunidade...”, “O Auto-de-fé de Barcelona”.
* Sócio da Federação Espírita Brasileira, adotava integralmente a linha doutrinária da Casa-Máter do Espiritismo, baseada no binômio Kardec-Roustaing. Conhecia profundamente a obra dos dois notáveis missionários franceses Kardec e Roustaing. Admirava com entusiasmo Pietro Ubaldi, que conhecera pessoalmente, e toda a sua obra, com exceção da última, intitulada Cristo. Fez diversas conferências baseadas em conceitos expostos pelo respeitado médium italiano. Apoiou com entusiasmo a Fundação Pietro Ubaldi.
* Organizou a partir de 1987 um ciclo de palestras quinzenais na residência de Cinira Novaes, em Copacabana, Rio, contando com a colaboração de inúmeros confrades ilustres, seus amigos pessoais, como Newton de Barros, Hermínio Miranda, César Burnier, Américo Borges, Luciano dos Anjos, Abelardo Idalgo Magalhães .
* Em 1970, foi orador oficial, junto com o notável tribuno Divaldo Pereira Franco, na inauguração da Seção-Brasília da Federação Espírita Brasileira, quando proferiu magnífica palestra inspirada pelo espírito Bittencourt Sampaio, segundo lhe revelou o próprio Divaldo, sentado à tribuna ao seu lado, e conforme está narrado em seu livro Ide e Pregai. Nessa ocasião Armando de Oliveira Assis era o presidente da FEB, existindo entre os dois sólida e sincera amizade.
* Publicou, pela Federação Espírita Brasileira, Ide e Pregai (1971), com prefácio de Luciano dos Anjos, e O Espinho da Insatisfação (1980), prefaciado por Francisco Thiesen; O Apóstolo Paulo perante Festo e Agripa (1974), pelo Centro Espírita Léon Denis; pelo Centro Espírita Casa de Caridade Aureliano, Do Átomo ao Arcanjo (1984), Na Madureza dos Tempos (1987) e Aquém e Além da Fronteira de Cinzas (1990), os três de parceria com Gilberto Perez Cardoso. É autor do prefácio do livro de Luciano dos Anjos, Deus é o Absurdo, lançado pela Editora Eco em 1978.
* Publicou ainda artigos de muita substância, no Reformador, órgão da Federação Espírita Brasileira, Casa-Máter do Espiritismo; no Obreiros do Bem, jornal da Associação Espírita Obreiros do Bem; no Jornal Espírita e Folha Espírita, ambos de São Paulo; e em alguns outros veículos doutrinários.
* Foi sempre intransigente defensor da obra do missionário francês Jean-Baptiste Roustaing, Os Quatro Evangelhos, cuja revelação – repetia com freqüência – tem tido há mais de cem anos o apoio dos maiores vultos do espiritismo. Seu nome aparece com destaque no livro de Luciano dos Anjos Os Adeptos de Roustaing, lançado no dia 22 de agosto de 1995, em Volta Redonda, data propositalmente escolhida em homenagem ao nascimento de Newton Boechat. Naquele livro estão relacionados, alfabeticamente, os mais expressivos espíritos, espíritas e médiuns que se posicionaram a favor da obra de Roustaing.
* Juntamente com Luciano dos Anjos e Abelardo Idalgo Magalhães, foi um dos fundadores do Grupo dos Oito, único grupo de que participou regularmente em toda a sua vida de espírita. Organizado nos moldes do entendimento doutrinário de Luciano dos Anjos, o grupo se reúne até hoje às quintas-feiras, a partir das 21 horas, na residência de Luciano dos Anjos Filho, na Tijuca. Anteriormente as reuniões eram na casa da advogada e professora Leda Pereira Rocha, no Sampaio, também no Rio de Janeiro.O HOMEM
* Solteiro, pode-se dizer que casou com a doutrina espírita, dela oferecendo autênticos e permanentes testemunhos de amor e caridade. Praticou incontáveis atos de ajuda ao próximo, quer em termos materiais, quer em termos espirituais. Socorria discretamente conhecidos e desconhecidos, dando presença assídua junto a enfermos. Aplicava passes sempre que solicitado.
* Jamais criticou com acidez quem quer que fosse, ainda que às vezes tenha sido ofendido ou até agredido moralmente. Preferia afastar-se simplesmente. Sempre que encontrava oportunidade, buscava justificar as faltas alheias. Suas mais íntimas mágoas e decepções ele as confessava ao confidente Luciano dos Anjos, em encontros de grande intimidade.
* Ao deitar-se, tinha por hábito orar longamente pelos amigos e pessoas necessitadas, especialmente pelos que não o compreendiam. Ao despertar, proferia nova prece no mesmo tom e com a mesma emoção.
* Honesto sob todos os pontos de vista, fiel a seus amigos, atento às questões de seus familiares, delicado diante até mesmo dos mais impertinentes, paciente com a incapacidade intelectual dos outros, humilde, sincero, Newton Boechat era, além de tudo, muito alegre e muito jovial. Gostava de cantar e fazia incríveis imitações. Luciano dos Anjos possui uma gravação raríssima, feita na década de 70, em sua casa, na Muda, no Rio de Janeiro e na qual Newton Boechat imita Francisco Alves, Carmem Miranda, Isaurinha Garcia e Francisco Cândido Xavier. São imitações impagáveis, notáveis. Quando ia passar noites em casa de Luciano dos Anjos, logo ao entrar pegava a filha do jornalista Ana Lúcia pelos braços e saía dançando, enquanto ele mesmo cantarolava. Depois lanchavam e ficavam conversando animadamente sobre questões de espiritismo e do movimento espírita, cujo desdobramento ele via com extrema preocupação, nos mesmos moldes da advertência contida no livro O Atalho, de Luciano dos Anjos, o qual ele endossava plenamente. Era, no mais, alegremente agitado. Adorava falar...
* Newton Boechat possuía interessante mediunidade, que se tornou mais ostensiva na década de 70, surgindo-lhe então a clarividência e a clariaudiência. Identificava com surpreendente precisão a presença de desencarnados, muitos deles citados nos livros acima citados, que produziu em parceria com Gilberto Perez Cardoso. Por seu intermédio tivemos alguns versos psicografados de autoria de Azevedo Cruz, Auta de Souza, Lobo da Costa, Cyro Costa e Augusto dos Anjos.
* São conhecidas de Newton Boechat as seguintes encarnações, das quais ele falou apenas a alguns poucos amigos íntimos:1. Príncipe Sargon. prisioneiro da rainha Hatasu, ao tempo do faraó Tutmés II, no Antigo Egito, personagem do livro Romance de Uma Rainha, de Rochester (18ª dinastia, séculos XIII/XIV a.C.) (Revelado pelo médium Francisco Cândido Chico Xavier.)
2. Sacerdote do Templo de Amon-Rá, ern Tebas, no Antigo Egito (11ª dinastia). (Revelado por seu mentor espiritual Jardel.)
3. Sadoque, descendente de Aarão, sumo sacerdote depois da morte de Saul e encarregado por David de ungir Salomão como rei (séc. X a.C.). (Revelado pelo médium César Burnier.)
4. Sacerdote do Templo de Jerusalém, à época de Jesus (séc. I) (Revelado por seu mentor Jardel.)
5. Patriarca ligado à seita gnóstica dos cátaros (séc. XIII). (Revelado no Grupo dos Oito.)
6. Pastor protestante na Noite de São Bartolomeu, em França, (séc. XVI). (Revelado por seu mentor Jardel.)
7. Pastor protestante em Belfast, Irlanda. (séc. XVlI). (Revelado por seu mentor Jardel.)
8. Abade Keravan, que celebrou o casamento de Danton, ao tempo da Revolução Francesa (séc. XVIII). (Revelado pelo médium César Burnier.)
(Texto de Luciano dos Anjos, datado de 26 de agosto de 1990, e que serviu de base para material publicado na imprensa em geral, a propósito da desencarnação do Newton Boechat.)
* Filho de Clodomiro Lemgruber Boechat e Himbelsa Boechat. Seu nome completo era Newton Lemgruber Boechat.
* Recebeu as primeiras letras em sua terra natal. A partir de 10 anos de idade, foi estudar em Santo Antônio de Pádua, no estado do Rio, onde concluiu o curso secundário.
* Por volta dos 17 anos mudou-se para Belo Horizonte. Ali formou-se em línguas neolatinas, após 4 anos de Universidade.
*Diplomado, fez concurso público e foi admitido no antigo IAPETEC (hoje incorporado ao INSS), na cidade de Belo Horizonte.
* Por volta de 1956, solicitou transferência para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar no setor de Benefícios, até aposentar-se.
* Nessa época, trabalhava também como tradutor juramentado, especialmente da língua francesa, que conhecia profundamente.
* Desencarnou no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, em 22 de agosto de 1990, quando se dirigia para a reunião cristã do lar da fiel amiga Josefa Derriba Vilas, mais conhecida entre os espíritas por Pepita.
* Foi profissional competente, sempre elogiado por seus superiores, valendo ressaltar que era conhecido como dos mais velozes datilógrafos da repartição. Guardava de memória leis, jurisprudência e casos específicos de beneficiários do INSS, cujos processos passavam por suas mãos. Sabia de cor os números dos processos e os despachos.
* Detalhe curioso: trabalhava exatamente numa autarquia responsável pela velhice, assistência e invalidez das criaturas. E exatamente no setor de benefícios...
* Seu corpo foi enterrado no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Rio de Janeiro, no dia 23 de agosto, com a presença de numerosos parentes, amigos e admiradores, dentre os quais o presidente da Federação Espírita Brasileira, Juvanir Borges de Souza; Cláudia Bonmartin, representando a União Espírita Francesa e Francófona; Luciano dos Anjos Filho, representando o Grupo dos Oito; Pepita; Abelardo Idalgo Magalhães, a médium Esmeralda, o primo Norberto Boechat, a irmã Vírgula, Eduardo Guimarães, Elmo Queiroz e muitos outros. Luciano dos Anjos fez breve relato da vida e atividades do grande amigo. O ESPÍRITA* Desde garoto Newton Boechat viu-se envolvido em ambiente espírita. Seu avô paterno, Júlio Boechat, tinha fama de médium curador, na cidade de Santo Antônio de Pádua, sendo notáveis as reuniões mediúnicas que dirigia, com comunicações psicofônicas e doutrinação de espíritos.
* Já morando em Belo Horizonte, fez amizade com membros atuantes do movimento espírita, tais como César Burnier Pessoa de Mello (de quem se tornou grande amigo), Rubens Romanelli, Camillo Chaves e outros.
* Iniciou, então, visitas que se tornaram freqüentes à cidade de Pedro Leopoldo, quando conheceu Francisco Cândido Xavier e Rômulo Joviano, que era muito amigo do extraordinário médium.
* Passou nessa época a falar nas reuniões públicas do Centro Espírita Luiz Gonzaga, enquanto Chico Xavier recebia mensagens psicográficas.
* Na ocasião, César Burnier – também médium de muitos recursos – vaticinou que Newton Boechat seria conhecido em todo o Brasil e falaria na América do Sul e Europa. O vaticínio, como sabemos bem, de fato se cumpriu.
* Ainda em Belo Horizonte, durante o período de estudos (quando chegou a trabalhar em humilde emprego), fundou, com muita dificuldade financeira, um jornal, em parceria com Gustavo Pancrácio: A Luz do Mundo. Chegou a editar 7 números. Luciano dos Anjos tem alguns exemplares em seus arquivos, inclusive com anotações feitas à margem, de próprio punho, por Newton Boechat.
* A Luz do Mundo publicou uma importante entrevista feita por Newton Boechat com o famoso médium Pietro Ubaldi, na ocasião de sua visita a Belo Horizonte e Pedro Leopoldo, quando aconteceu o histórico encontro do médium italiano com Chico Xavier, presentes Newton Boechat, Rubens Romanelli, César Burnier, Clóvis Tavares e outros.
* Transferindo-se para o Rio de Janeiro, intensificou suas atividades espíritas, proferindo palestras e conferências em todo o Brasil e participando de inúmeras reuniões de estudo, públicas e privadas. Ocupou a tribuna em instituições do Paraguai, Uruguai, Argentina, Portugal, Espanha, Itália e França. Realizou cerca de 7.000 palestras públicas em todo o Brasil.
* De memória privilegiada, citava de cor capítulos inteiros das Sagradas Escrituras e trechos de obras reportadas.
* Não era um orador retumbante, mas um expositor didático que recorria a quadros retóricos de imagens muito nítidas, durante as quais desenvolvia lindas lições de caridade e profundo conhecimento doutrinário. Falava de improviso sobre qualquer assunto que lhe fosse suscitado. Suas preces eram de beleza transcendental.
* Entre suas palestras mais famosas podemos relacionar: “Prisões sem Grades” (a mais solicitada), “A Manifestação do Ser na Arte, na Dor e no Amor”, “Aspectos da Crucificação de Jesus” (baseada em dados de pesquisa fornecidos por Luciano dos Anjos), “Além da Fronteira de Cinzas”, “O Apóstolo Paulo perante Festo e Agripa”, “Rumo à Unidade do Espírito”, “Quatro Faixas de Consciência”, “Chico Xavier, 50 Anos-Luz de Mediunidade...”, “O Auto-de-fé de Barcelona”.
* Sócio da Federação Espírita Brasileira, adotava integralmente a linha doutrinária da Casa-Máter do Espiritismo, baseada no binômio Kardec-Roustaing. Conhecia profundamente a obra dos dois notáveis missionários franceses Kardec e Roustaing. Admirava com entusiasmo Pietro Ubaldi, que conhecera pessoalmente, e toda a sua obra, com exceção da última, intitulada Cristo. Fez diversas conferências baseadas em conceitos expostos pelo respeitado médium italiano. Apoiou com entusiasmo a Fundação Pietro Ubaldi.
* Organizou a partir de 1987 um ciclo de palestras quinzenais na residência de Cinira Novaes, em Copacabana, Rio, contando com a colaboração de inúmeros confrades ilustres, seus amigos pessoais, como Newton de Barros, Hermínio Miranda, César Burnier, Américo Borges, Luciano dos Anjos, Abelardo Idalgo Magalhães .
* Em 1970, foi orador oficial, junto com o notável tribuno Divaldo Pereira Franco, na inauguração da Seção-Brasília da Federação Espírita Brasileira, quando proferiu magnífica palestra inspirada pelo espírito Bittencourt Sampaio, segundo lhe revelou o próprio Divaldo, sentado à tribuna ao seu lado, e conforme está narrado em seu livro Ide e Pregai. Nessa ocasião Armando de Oliveira Assis era o presidente da FEB, existindo entre os dois sólida e sincera amizade.
* Publicou, pela Federação Espírita Brasileira, Ide e Pregai (1971), com prefácio de Luciano dos Anjos, e O Espinho da Insatisfação (1980), prefaciado por Francisco Thiesen; O Apóstolo Paulo perante Festo e Agripa (1974), pelo Centro Espírita Léon Denis; pelo Centro Espírita Casa de Caridade Aureliano, Do Átomo ao Arcanjo (1984), Na Madureza dos Tempos (1987) e Aquém e Além da Fronteira de Cinzas (1990), os três de parceria com Gilberto Perez Cardoso. É autor do prefácio do livro de Luciano dos Anjos, Deus é o Absurdo, lançado pela Editora Eco em 1978.
* Publicou ainda artigos de muita substância, no Reformador, órgão da Federação Espírita Brasileira, Casa-Máter do Espiritismo; no Obreiros do Bem, jornal da Associação Espírita Obreiros do Bem; no Jornal Espírita e Folha Espírita, ambos de São Paulo; e em alguns outros veículos doutrinários.
* Foi sempre intransigente defensor da obra do missionário francês Jean-Baptiste Roustaing, Os Quatro Evangelhos, cuja revelação – repetia com freqüência – tem tido há mais de cem anos o apoio dos maiores vultos do espiritismo. Seu nome aparece com destaque no livro de Luciano dos Anjos Os Adeptos de Roustaing, lançado no dia 22 de agosto de 1995, em Volta Redonda, data propositalmente escolhida em homenagem ao nascimento de Newton Boechat. Naquele livro estão relacionados, alfabeticamente, os mais expressivos espíritos, espíritas e médiuns que se posicionaram a favor da obra de Roustaing.
* Juntamente com Luciano dos Anjos e Abelardo Idalgo Magalhães, foi um dos fundadores do Grupo dos Oito, único grupo de que participou regularmente em toda a sua vida de espírita. Organizado nos moldes do entendimento doutrinário de Luciano dos Anjos, o grupo se reúne até hoje às quintas-feiras, a partir das 21 horas, na residência de Luciano dos Anjos Filho, na Tijuca. Anteriormente as reuniões eram na casa da advogada e professora Leda Pereira Rocha, no Sampaio, também no Rio de Janeiro.O HOMEM
* Solteiro, pode-se dizer que casou com a doutrina espírita, dela oferecendo autênticos e permanentes testemunhos de amor e caridade. Praticou incontáveis atos de ajuda ao próximo, quer em termos materiais, quer em termos espirituais. Socorria discretamente conhecidos e desconhecidos, dando presença assídua junto a enfermos. Aplicava passes sempre que solicitado.
* Jamais criticou com acidez quem quer que fosse, ainda que às vezes tenha sido ofendido ou até agredido moralmente. Preferia afastar-se simplesmente. Sempre que encontrava oportunidade, buscava justificar as faltas alheias. Suas mais íntimas mágoas e decepções ele as confessava ao confidente Luciano dos Anjos, em encontros de grande intimidade.
* Ao deitar-se, tinha por hábito orar longamente pelos amigos e pessoas necessitadas, especialmente pelos que não o compreendiam. Ao despertar, proferia nova prece no mesmo tom e com a mesma emoção.
* Honesto sob todos os pontos de vista, fiel a seus amigos, atento às questões de seus familiares, delicado diante até mesmo dos mais impertinentes, paciente com a incapacidade intelectual dos outros, humilde, sincero, Newton Boechat era, além de tudo, muito alegre e muito jovial. Gostava de cantar e fazia incríveis imitações. Luciano dos Anjos possui uma gravação raríssima, feita na década de 70, em sua casa, na Muda, no Rio de Janeiro e na qual Newton Boechat imita Francisco Alves, Carmem Miranda, Isaurinha Garcia e Francisco Cândido Xavier. São imitações impagáveis, notáveis. Quando ia passar noites em casa de Luciano dos Anjos, logo ao entrar pegava a filha do jornalista Ana Lúcia pelos braços e saía dançando, enquanto ele mesmo cantarolava. Depois lanchavam e ficavam conversando animadamente sobre questões de espiritismo e do movimento espírita, cujo desdobramento ele via com extrema preocupação, nos mesmos moldes da advertência contida no livro O Atalho, de Luciano dos Anjos, o qual ele endossava plenamente. Era, no mais, alegremente agitado. Adorava falar...
* Newton Boechat possuía interessante mediunidade, que se tornou mais ostensiva na década de 70, surgindo-lhe então a clarividência e a clariaudiência. Identificava com surpreendente precisão a presença de desencarnados, muitos deles citados nos livros acima citados, que produziu em parceria com Gilberto Perez Cardoso. Por seu intermédio tivemos alguns versos psicografados de autoria de Azevedo Cruz, Auta de Souza, Lobo da Costa, Cyro Costa e Augusto dos Anjos.
* São conhecidas de Newton Boechat as seguintes encarnações, das quais ele falou apenas a alguns poucos amigos íntimos:1. Príncipe Sargon. prisioneiro da rainha Hatasu, ao tempo do faraó Tutmés II, no Antigo Egito, personagem do livro Romance de Uma Rainha, de Rochester (18ª dinastia, séculos XIII/XIV a.C.) (Revelado pelo médium Francisco Cândido Chico Xavier.)
2. Sacerdote do Templo de Amon-Rá, ern Tebas, no Antigo Egito (11ª dinastia). (Revelado por seu mentor espiritual Jardel.)
3. Sadoque, descendente de Aarão, sumo sacerdote depois da morte de Saul e encarregado por David de ungir Salomão como rei (séc. X a.C.). (Revelado pelo médium César Burnier.)
4. Sacerdote do Templo de Jerusalém, à época de Jesus (séc. I) (Revelado por seu mentor Jardel.)
5. Patriarca ligado à seita gnóstica dos cátaros (séc. XIII). (Revelado no Grupo dos Oito.)
6. Pastor protestante na Noite de São Bartolomeu, em França, (séc. XVI). (Revelado por seu mentor Jardel.)
7. Pastor protestante em Belfast, Irlanda. (séc. XVlI). (Revelado por seu mentor Jardel.)
8. Abade Keravan, que celebrou o casamento de Danton, ao tempo da Revolução Francesa (séc. XVIII). (Revelado pelo médium César Burnier.)
(Texto de Luciano dos Anjos, datado de 26 de agosto de 1990, e que serviu de base para material publicado na imprensa em geral, a propósito da desencarnação do Newton Boechat.)
J. Arthur Findlay - 24/07/1964 - 46 anos de desencarnação
Arthur Findlay – Membro de Glasgow Stock Exchange, diretor do Dominion and General Trust, autor de obras de Economia e Finanças, presidente do Instituto Internacional de Pesquisas Psíquicas, presidente do London Spiritualist Alliance, presidente da Psychic e de Light. Autor de “Uma Investigação dos Fenômenos Psíquicos” e do “No Limiar do Etéreo”. A obra "No Limiar do Etéreo", ed. FEB, traz comunicações semelhantes as que nos trouxe André Luiz e, isto, no início do séc. XX, quanto a sua outra obra não conhecemos se há tradução em português, o que deixa o conhecimento dos espíritas brasileiros ainda fragmentário como bem dizia o pesquisador Carlos Bernardo Loureiro.
Antônio Pineiro Guedes - 14/07/1842 - 168 anos de nascimento
O homem esclarecido tem por dever servir-se da palavra ou da penapara explanar a Verdade; quem isso pode fazer e não faz demonstra serinimigo do progresso, da paz, da harmonia fraterna, e sua vida será improfícua, prejudicial à sua própria alma e à coletividade, pois criará emvolta de si um ambiente de obsessão permanente, tornando-se, conforme Camilo dizia, “um militante a mais no exército dos infelizes.”A pesquisa da verdade leva o estudioso à certeza do que seja a vidana Terra e no Espaço, e à convicção do dever a cumprir neste mundo, para onde se vem certo de que só pelo trabalho, na luta pela vida, é que poderáo espírito aperfeiçoar-se, e que, portanto, ele não pode, nem deve, serrefratário ao trabalho nem à reforma de usos e costumes.Dentre os poucos que têm sabido ser estudiosos da doutrina daVerdade, destacamos, com justificado orgulho, o Doutor Antônio PinheiroGuedes, médico investigador, valoroso e humanitário, verdadeirosacerdote do bem, que sempre viveu preso aos estudos, cooperando,decididamente, para a descoberta da Verdade, pois, não se conformandocom os limitados conhecimentos sobre a vida física, buscou,inteligentemente, os da vida espiritual.Soube, como nenhum outro, romper o véu dos preconceitos sociais ecientíficos, transpor-se às coisas transcendentes, e perscrutando a alma,descreveu-a com tanta clareza e precisão, como sabia descrever ouescalpelar um cadáver, lecionando anatomia à mocidade acadêmica.Cultuando a memória desse sábio brasileiro hoje enfileirado à plêiadedos espíritos superiores, no Astral Superior, que pontificam nas CasasRacionalistas, julgamos de bom alvitre pedir aos descendentes do Dr.Pinheiro Guedes permissão para a reedição de sua primorosa obraCIÊNCIA ESPÍRITA, no que, felizmente, fomos bem sucedidos, pois seuslegítimos herdeiros nô-la autorizaram, movidos pelos mesmos desejos epensamentos nossos e certamente do ilustre autor: esclarecer ahumanidade; e foram mais além, doaram-na definitivamente ao CentroRedentor.Trabalha o espírito de Antônio Pinheiro Guedes no Espaço Superiorcom mais amplitude do que quando agrilhoado ao corpo, não existindohoje para ele fronteiras ou nacionalidades, e como partícula do GrandeFoco, impulsiona a humanidade para a Fraternidade Universal.vNão visamos lisonjear essa alma, mesmo porque sabemos denenhuma valia os elogios, justos ou não, para a vida da eternidade, queexige a prática de boas ações e obras, enquanto na Terra tudo é efêmero:riquezas materiais e destaques pessoais são, por vezes, a ruína da vidaespiritual, pois quer a fortuna monetária, quer a intelectual, sãoconseqüências de compromissos astrais assumidos, para deles se fazer bomuso na vida terrena.Entretanto, pouquíssimos são os que levam a cabo taiscompromissos: a vaidade e a ostentação cegam as almas, levando-as àperturbação, à vida de aparências, e fazendo-as esquecer por completo ossérios compromissos assumidos em lucidez espiritual.Contudo, é dever nosso falar claramente ao leitor, ao nos referirmosao autor desta obra, para que de antemão fique sabedor de que foi noBrasil onde primeiro e melhor se escreveu sobre espiritismo, cabendo,portanto, ao nosso país, como já o vem afirmando o Racionalismo Cristãoem suas obras, a glória da descoberta da Verdade, tal qual a desejavatransmitir à humanidade a grandiosa alma de Jesus.Pinheiro Guedes não foi um simples médico investigador, mastambém um valoroso instrumento das Forças Superiores, às quais serviudocilmente pois se prestou, tanto quanto lhe foi possível, a ser o seu portavozentre a elite social e cientista, justamente para despertar aquele meio, omais refratário à concepção da Verdade, e não continuar a ser dito que oespiritismo é obra de nulos, analfabetos ou imbecis saídos da plebe.Da plebe, entretanto, saíram Jesus, Viriato, Joana D’Arc, Galileu,Edison e tantos outros luminares da humanidade, e nem por isso vemosmenosprezadas as suas obras.Esta obra enriquecerá a biblioteca de doutos e simples estudiosos davida fora da matéria, fazendo parte do Racionalismo Cristão, iluminará a estrada da vida dos que desejam viver e não vegetar neste mundo de misérias.
Texto retirado do prefácio do livro Ciência Espírita, de Antônio Pinheiro Guedes, ed. do Racionalismo Cristão.
P. S. Pinheiro Guedes foi membro da Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade e lutou valorosamente a favor do Espiritismo pela imprensa usando o pseudônimo de Guepian. O Racionalismo Cristão adotou-lhe a obra Ciência Espírita que, com certeza, será de muito proveito para quem desejar se aprofundar no estudo dos fenômenos psíquicos, é obra valiosa ainda hoje.
Ismael Gomes Braga - 14/07/1891 - 119 anos de nascimento
Ismael Gomes Braga
por Assessoria de Comunicação da PMU (Prefeitura Municipal de Ubá, MG)
25/05/2010 10:00
ISMAEL GOMES BRAGA nasceu na Fazenda Braguinha, Córrego Alegre, zona rural de Ubá, aos 14 de julho de 1891, filho de José Ferreira Braga e Arminda Gomes Braga, ambos lavradores. Primogênito numa família humilde, abdicou da freqüência à escola em razão da necessidade de trabalhar para ajudar os pais, fazendo-o primeiro como auxiliar na lavoura e logo depois, ainda muito jovem, como ajudante no comércio de Ubá. No curso primário, freqüentou somente um ano letivo, que foi o suficiente para descortinar no menino Ismael o desejo do conhecimento e a paixão pela literatura, que, mais tarde, se estendeu aos estudos de idiomas estrangeiros, iniciando-se pelo francês, língua que dominou e abriu caminho para o estudo de latim, italiano, inglês, espanhol e hebraico. Adquiriu também alguns conhecimentos em árabe, russo, holandês e grego. Autodidata, ajudou-o a inteligência rara e a memória prodigiosa. Aos 16 anos, incentivado pelo Maestro João Ernesto, ainda em Ubá, iniciou os estudos do ESPERANTO, aprimorando-se posteriormente em curso ministrado pelo Dr. Alberto Couto Fernandes. Tornou-se um dos grandes nesse idioma criado por Zamenhof, ainda hoje sendo lembrado como um de seus grandes difusores. Aprendeu Contabilidade Comercial por meio da língua inglesa e depois fez um curso superior de Inglês e de Taquigrafia. Pelas mãos do mesmo João Ernesto, iniciou-se na doutrina Espírita, onde também se destacou como fervoroso membro e difusor. Trabalhou em Teixeiras-MG e em Ponte Nova-MG, antes de se transferir para o Rio de Janeiro, onde intensificou sua atuação junto à Liga Brasileira de Esperanto e à Federação Espírita Brasileira, da qual foi presidente. Suas atividades ligadas à propagação do Esperanto o fazem merecedor de citações, referências e reverências em todos os continentes. Pautou a sua vida trabalhando pelo Ideal "Evangelho, Esperanto, Espiritismo". Além de colaborar em diversas revisões de obras no Brasil, espalhou artigos por diversos jornais e revistas, principalmente ligados à doutrina Espírita, algumas vezes assinando por pseudônimos. Dentre as suas obras publicadas que legou à posteridade se destacam: "Gramática de Esperanto", "Veterano", "Manual Completo de Esperanto", "Elos Doutrinários", "Curso de Esperanto pela Bíblia", "Saber Ler e Escrever", "Iniciação no Esperanto" e "Dicionário Esperanto-Português". Casado com a professora Maria Rola Braga, teve como único filho Lauro Zamenhof Rola Braga, que foi professor dos mais estimados em Ubá e deu três netas à Ismael Gomes Braga. Em 18 de janeiro de 1969, faleceu no Rio de Janeiro, após conquistar a admiração de um grande número de amigos e correspondentes em diversos países.
por Assessoria de Comunicação da PMU (Prefeitura Municipal de Ubá, MG)
25/05/2010 10:00
ISMAEL GOMES BRAGA nasceu na Fazenda Braguinha, Córrego Alegre, zona rural de Ubá, aos 14 de julho de 1891, filho de José Ferreira Braga e Arminda Gomes Braga, ambos lavradores. Primogênito numa família humilde, abdicou da freqüência à escola em razão da necessidade de trabalhar para ajudar os pais, fazendo-o primeiro como auxiliar na lavoura e logo depois, ainda muito jovem, como ajudante no comércio de Ubá. No curso primário, freqüentou somente um ano letivo, que foi o suficiente para descortinar no menino Ismael o desejo do conhecimento e a paixão pela literatura, que, mais tarde, se estendeu aos estudos de idiomas estrangeiros, iniciando-se pelo francês, língua que dominou e abriu caminho para o estudo de latim, italiano, inglês, espanhol e hebraico. Adquiriu também alguns conhecimentos em árabe, russo, holandês e grego. Autodidata, ajudou-o a inteligência rara e a memória prodigiosa. Aos 16 anos, incentivado pelo Maestro João Ernesto, ainda em Ubá, iniciou os estudos do ESPERANTO, aprimorando-se posteriormente em curso ministrado pelo Dr. Alberto Couto Fernandes. Tornou-se um dos grandes nesse idioma criado por Zamenhof, ainda hoje sendo lembrado como um de seus grandes difusores. Aprendeu Contabilidade Comercial por meio da língua inglesa e depois fez um curso superior de Inglês e de Taquigrafia. Pelas mãos do mesmo João Ernesto, iniciou-se na doutrina Espírita, onde também se destacou como fervoroso membro e difusor. Trabalhou em Teixeiras-MG e em Ponte Nova-MG, antes de se transferir para o Rio de Janeiro, onde intensificou sua atuação junto à Liga Brasileira de Esperanto e à Federação Espírita Brasileira, da qual foi presidente. Suas atividades ligadas à propagação do Esperanto o fazem merecedor de citações, referências e reverências em todos os continentes. Pautou a sua vida trabalhando pelo Ideal "Evangelho, Esperanto, Espiritismo". Além de colaborar em diversas revisões de obras no Brasil, espalhou artigos por diversos jornais e revistas, principalmente ligados à doutrina Espírita, algumas vezes assinando por pseudônimos. Dentre as suas obras publicadas que legou à posteridade se destacam: "Gramática de Esperanto", "Veterano", "Manual Completo de Esperanto", "Elos Doutrinários", "Curso de Esperanto pela Bíblia", "Saber Ler e Escrever", "Iniciação no Esperanto" e "Dicionário Esperanto-Português". Casado com a professora Maria Rola Braga, teve como único filho Lauro Zamenhof Rola Braga, que foi professor dos mais estimados em Ubá e deu três netas à Ismael Gomes Braga. Em 18 de janeiro de 1969, faleceu no Rio de Janeiro, após conquistar a admiração de um grande número de amigos e correspondentes em diversos países.
Jean Meyer - 08/07/1855 - 155 anos de nascimento
Jean Meyer (Riken, 8 de julho de 1855 - Béziers, 13 de abril de 1931 foi um filósofo, escritor, pesquisador e filantropo suíço. Foi uma das mais destacadas figuras do espiritismo no início do século XX.
Possuidor de fortuna material, tornou-se espírita após a leitura das obras de Allan Kardec e Léon Denis, dedicando-se, a partir de então, à sua divulgação.
De 1916 a 1931, ano de seu falecimento, foi o diretor-proprietário da "Revue Spirite", periódico fundado por Allan Kardec. Em 1917, fundou, em sua própria residência, a Vila Valrose, em Paris, a União Espírita Francesa, junto com Gabriel Delanne e Léon Denis. Para além de ter sido membro de numerosas entidades científicas quer na França quer em outros países, foi:
vice-presidente da Casa dos Espíritas, na mesma cidade;
membro da Sociedade de Estudos Metapsíquicos e do
Institut Métapsychique International, instituição reconhecida como de "utilidade pública" pelo governo francês, onde se dedicou a estudos dos fenómenos psíquicos junto com Gustave Geley;
vice-presidente do "Congresso Espírita Internacional de Haia";
vice-presidente da Federação Espírita Internacional, quando esta manteve a sua sede em Paris;
vice-presidente da Comissão Executiva do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris de 6 a 13 de setembro de 1915.
Dedicou-se ao estudo do aspecto filosófico e científico da Doutrina Espírita, atendendo ainda à sua parte filantrópica, tendo amparado financeiramente várias instituições assistenciais, dentre elas uma obra erguida em Lyon, pelas senhoras Stephen e Dayt. Financiou a divulgação do Espiritismo através das "Edições Meyer", e a manutenção de instituições como a "União Espírita Francesa".
Possuidor de fortuna material, tornou-se espírita após a leitura das obras de Allan Kardec e Léon Denis, dedicando-se, a partir de então, à sua divulgação.
De 1916 a 1931, ano de seu falecimento, foi o diretor-proprietário da "Revue Spirite", periódico fundado por Allan Kardec. Em 1917, fundou, em sua própria residência, a Vila Valrose, em Paris, a União Espírita Francesa, junto com Gabriel Delanne e Léon Denis. Para além de ter sido membro de numerosas entidades científicas quer na França quer em outros países, foi:
vice-presidente da Casa dos Espíritas, na mesma cidade;
membro da Sociedade de Estudos Metapsíquicos e do
Institut Métapsychique International, instituição reconhecida como de "utilidade pública" pelo governo francês, onde se dedicou a estudos dos fenómenos psíquicos junto com Gustave Geley;
vice-presidente do "Congresso Espírita Internacional de Haia";
vice-presidente da Federação Espírita Internacional, quando esta manteve a sua sede em Paris;
vice-presidente da Comissão Executiva do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris de 6 a 13 de setembro de 1915.
Dedicou-se ao estudo do aspecto filosófico e científico da Doutrina Espírita, atendendo ainda à sua parte filantrópica, tendo amparado financeiramente várias instituições assistenciais, dentre elas uma obra erguida em Lyon, pelas senhoras Stephen e Dayt. Financiou a divulgação do Espiritismo através das "Edições Meyer", e a manutenção de instituições como a "União Espírita Francesa".
Bibliografia
LUCENA, Antônio de Souza; GODOY, Paulo Alves. Personagens do Espiritismo. São Paulo: FEESP.
LUCENA, Antônio de Souza; GODOY, Paulo Alves. Personagens do Espiritismo. São Paulo: FEESP.
Ernesto Bozzano - 07/07/1943 - 67 anos de desencarnação
Nasceu em 9/01/1862, em Gênova, Itália e desencarnou em 24/06/1943, na mesma localidade.Positivista dos mais eméritos, Bozzano apaixonou-se por todos os ramos do saber humano, entregrando-se ao estudo dos grandes filósofos. Dos postulados materialistas passou a esposar uma forma de materialismo dos mais intransigentes, o que levou a declarar mais tarde: "Fui positivista-materialista a tal ponto convencido, que me parecia inverossímel pudessem existir pessoas cultas, dotadas normalmente de sentido comum, que pudessem crer na existência e sobrevivência da alma".Mais que experimentador foi um pesquisador, organizador e comentador (sob este aspecto freqüentemente considerado pouco crítico) dos fenômenos relativos à riquíssima literatura metapsíquica do seu tempo, na qual a relação dos visionários, dos crédulos, dos mitômanos e dos charlatães era, por larga margem, mais numerosa que a dos estudiosos sérios.Dedicou-se primeiramente à filosofia científica, interessando-se sobretudo pelas idéias do inglês Herbert Spencer 1820-1903). Em 1891 começou a se ocupar da telepatia e do Espiritismo, assuntos que interessavam àquele tempo tanto estudiosos da Europa quanto da América. Neste ano o professor Ribot, diretor da "Revista Filsófica", informou-o do lançamento da revista "Anais das Ciências Psíquicas", dirigida pelo Dr. Darieux, sob a inspiração do professor Charles Richet. A sua primeira impressão sobre a revista foi desairosa, dado o fato de considerar verdadeiro escândalo a circunstância de representantes da ciência oficial discutirem seriamente a possibilidade da transmissão do pensamento de um a outro continente, da aparição de fantasmas e das casas mal-assombradas. O prof. Rosenbach de Peterburgo escrevera violento artigo na "Revista Filósofica", contra a introdução desse novo misticismo no domínio da psicologia oficial. Na edição subsequente, Richet refutou ponto por ponto, as afirmações errôneas de Rosenbach e as suas inconsistentes considerações, tendo esse artigo o mérito de convencer Bozzano. Nesses mesmos dias aparecia o famoso livro de Gurney, Podmore e Myers: "Fantasmas dos Vivos", relatando grande número de casos devidamente controlados e bem documentados. Os últimos resquícios de dúvida de Bozzano em torno da crença na existência de fenômenos telepáticos foram assim dissipados. Daí por diante dedicou-se, com fervor, ao estudo dos fenômenos espíritas, através das obras de Kardec, Léon Denis, Delanne, Gibier, Crookes, Wallace e outros.Formou um grupo com a participação do dr. Giuseppe Venzano, Luigi Vassalo e os professores Enrique Morselli e francisco Porro, da Universidade de Genova. No decurso de cinco anos consecutivos, esse grupo deu o que falar à imprensa italiana e estrangeira, pois praticamente havia se obtido a realização de quase todos os fenômenos, culminando com a materialização de seis espíritos perfeitamente visíveis, e com a mais rígida comprovação.Dentre as mais de trinta e cinco obras escritas, citamos “A Crise da Morte”, A Hipótese Espírita e as teorias Científicas”, “Animismo ou Espiritismo”, “Comunicações Mediúnicas entre Vivos”, “Pensamento e Vontade”, “Fenômeno de Transfiguração”, “Metapsíquica Humana”, “Os Enigmas da Psicometria”, “Fenômenos de Talestesia”, etc.O seu devotamento ao trabalho fez com que se tornasse, de direito e de fato, um dos mais salientes pesquisadores dos fenômenos espíritas, impondo-se pela projeção do seu nome e pelo acendrado amor que dedicou à causa que havia esposado e que havia defendido com todas as forças de sua convicção inabalável.Um fato novo veio contribuir para robustecer a sua crença no Espiritismo.A desencarnação de sua mãe, em julho de 1912, serviu de ponte para demonstração da sobrevivência da alma.Bozzano realizava nessa época sessões semanais com um reduzido grupo e com a participação de famosa médium.Realizando uma sessão na data em que se dava o transcurso do primeiro ano da desencarnação de sua genitora, a médium escreveu umas palavras num pedaço de papel, as quais, depois de lidas por Bozzano o deixara assombrado.Ali estavam escritos os dois últimos versos do epitáfio que naquele mesmo dia ele havia deixado no túmulo de sua mãe.Até sua morte, esse estudioso solitário, que tinha dedicado grande parte da sua vida à tentativa de dar ao espiritismo um caráter científico, deixou uma biblioteca de metapsíquica das mais ricas da Europa, hoje conservada pela "Fondazione Biblioteca Bozzano - De Boni", de Bolonha.
.
Obras Principais:
(alguns dos títulos listados são publicações póstumas)
Hipótese espírita e teoria científica, 1903;
Dos casos de identificação espírita, 1909;
Em defesa do Espiritismo, 1927;
A Crise da Morte, 1930-52;
Investigação sobre as manifestações supranormais, 1931-40;
Xenoglossia, 1933;
Dos fenômenos de bilocação, 1934;
Dos fenômenos de possessão, 1936;
Animismo ou espiritismo?, 1938;
Povos primitivos e manifestações paranormais, 1941-46;
Dos fenômenos de telestesia, 1942;
Música transcendental, 1943;
De mente a mente, 1946;
Os mortos voltam, 1947;
Literatura de além-túmulo, 1947;
As visões dos moribundos, 1947;
Luzes no futuro, 1947;
Guerra e profecias, 1948;
A psique domina a matéria, 1948;
Os animais têm alma?, 1950;
Pensamento e vontade, 1967;
Os fenômenos de transfiguração, 1967.
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Obras Principais:
(alguns dos títulos listados são publicações póstumas)
Hipótese espírita e teoria científica, 1903;
Dos casos de identificação espírita, 1909;
Em defesa do Espiritismo, 1927;
A Crise da Morte, 1930-52;
Investigação sobre as manifestações supranormais, 1931-40;
Xenoglossia, 1933;
Dos fenômenos de bilocação, 1934;
Dos fenômenos de possessão, 1936;
Animismo ou espiritismo?, 1938;
Povos primitivos e manifestações paranormais, 1941-46;
Dos fenômenos de telestesia, 1942;
Música transcendental, 1943;
De mente a mente, 1946;
Os mortos voltam, 1947;
Literatura de além-túmulo, 1947;
As visões dos moribundos, 1947;
Luzes no futuro, 1947;
Guerra e profecias, 1948;
A psique domina a matéria, 1948;
Os animais têm alma?, 1950;
Pensamento e vontade, 1967;
Os fenômenos de transfiguração, 1967.
Curt John Ducasse - 07/07/1881 - 129 anos de nascimento
Curt John Ducasse – Professor de Filosofia da Universidade Brown, em Providence, Rhode Island. Escreveu “Crença em uma Vida após a Morte”. Era membro da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas.
William Thomas Stead - 05/07/1849 - 161 anos de desencarnação
Nascido em Embleton, Nothumberland, Inglaterra, no dia 5 de julho de 1849, e desencarnado tragicamente na catástrofe ocorrida com o transatlântico “Titanic”, na noite de 14 para 15 de abril de 1912.
No início da década de 1910, nada era feito no sentido de fazer reportagens por ocasião dos grandes acontecimentos. Um notável jornalista, William Thomas Stead, teve a feliz idéia de começar esse gênero de publicidade, o que alcançou grande repercussão na Inglaterra.
Por ocasião do lançamento do “Titanic”, o maior navio do mundo, o qual era reputado por insubmersível, tais as inovações nele introduzidas, e o sistema construtivo, esse famoso homem de imprensa foi convidado para fazer a reportagem de sua viagem inaugural, dando cobertura jornalística a tudo quanto acontecesse a bordo.
Sucedeu, no entanto que o navio bateu em cheio em enormes geleiras e, numa tentativa de resgate, ordenada pelo comandante, enorme rasgo abriu-se em seu casco, ocasionando o seu naufrágio na noite de 14 para 15 de abril de 1912.
Entre as 1503 vítimas estava William Thomas Stead. O infausto acontecimento encheu o mundo de consternação e o Espiritismo ficou privado do concurso valioso de um destacado homem de imprensa, homem esse que estava vivamente empenhado em divulgar as grandes verdades que havia constatado em seus trabalhos de pesquisa no campo da fenomenologia mediúnica.
Notável jornalista, escritor e publicista inglês, William Thomas Stead dedicou-se muito jovem a essa carreira.
No ano de 1871, dirigiu o “Norhern Echo”, da cidade de Darlington, e nos anos de 1883 a 1889, dirigiu o “Pall Mall Gazette”.
No ano de 1890, fundou a “Review of Rewies” e, em 1893 e 1894 lançou numerosas revistas do mesmo gênero, nos Estados Unidos e na Austrália.
De 1893 a 1897, dirigiu o órgão espiritualista “Borderland”.
No ano de 1898 encetou uma visita à Rússia, onde foi recebido pelo Czar, dando então início à intensa luta em favor do pacifismo mundial, ideal que passou a defender, com todo o entusiasmo, através da palavra escrita e falada.
No decurso da Conferência de Paz, realizada em Haia, no ano de 1899, Stead teve a oportunidade de visitar aquela cidade, dando início, logo após, na Inglaterra, a acirradas campanhas contra a guerra sul-africana, tendo em decorrência contraído muitas inimizades.
Trabalhou árdua e valorosamente no sentido de se estabelecer um tratado entre a Alemanha e a Inglaterra, propugnando para a concretização de uma Segunda conferência de paz, realizada posteriormente em Haia, na Holanda, onde, na qualidade de correspondente, publicou o “Correio da Conferência de Paz”.
Era notável a facilidade com que escrevia seus artigos, os quais invariavelmente portavam cunho sensacionalista.
Nos seguintes livros, de sua autoria, podem ser observados a vivacidade e o empenho com que tratava os temas que desejava abordar: “A verdade sobre a Rússia” (1888) , ë o Cristo viesse a Chicago” (1893), “A Guerra do Trabalho nos Estados Unidos” (1894), “O mundo invisível de Satã” (1897) , “Os Estados Unidos da Europa” (1899), “Estudos sobre Mrs. Booth” (1900), “A Americanização do Mundo” (1902), além de muitos outros.
O “Rei dos jornalistas”, e mais do que isso – o “Imperador”, esse foi o título elogioso que recebeu do “Cri de Paris”, em janeiro de 1907, quatro meses antes da realização da famosa Conferência de Haia.
Quando estava no apogeu de sua carreira de escritor e jornalista, alguns anos antes de sua desencarnação, deixou cheios de admiração a Inglaterra e o mundo científico, com a sua confissão de que estava plenamente convicto da existência do mundo dos espíritos, isso pelo fato de ter recebido, através de sua própria mediunidade, uma série de comunicações espíritas, atribuídas ao espírito de Júlia, as quais foram posteriormente publicadas num livro que alcançou grande repercussão, denominado “Cartas de Júlia”.
Dizia ele então: “Todas as “Cartas de Júlia”, foram recebidas por mim mesmo. Estando sozinho, sentado e com ânimo tranqüilo, colocava conscientemente minha mão direita, na qual tinha uma caneta, à disposição de Júlia e observava com vivo interesse tudo quanto ela escrevia. Posso admitir, conforme afirmam meus detratores, que as “Cartas de Júlia” tenham sido simplesmente escritas pelo meu “eu” subconsciente, isso não rebaixaria em nada a verdade, nem diminuiria a força dessa eloqüente e comovedora prova em favor da vida superior. Quanto desejaria que o meu “eu” consciente pudesse escrever tão bem!”
No ano de 1895, respondendo a uma indagação do “Morning Advertiser”, de Nova Iorque, que lhe perguntava por que acreditava na imortalidade, ele assim respondeu: “Só o Eterno pode afirmar ou negar a imortalidade. Se vos compreendo bem, não se trata aqui da imortalidade da alma, mas sim da persistência da entidade individual, após a dissolução do corpo por cujo intermédio essa entidade se manifestava durante a sua vida terrena. Aí está uma questão muito mais simples, a que posso responder sem hesitar e sem receio. Eu não seria verdadeiro, se dissesse que creio na persistência do indivíduo após a morte, por ter observado fenômenos ditos espíritas; muito tempo antes eu aceitava esse fato. Submeti, depois, a minha crença à prova de uma demonstração experimental. E se outrora dizia: eu creio, hoje digo, eu sei. Não há uma grande diferença?”
William Thomas Stead foi grande amigo do nosso grande Ruy Barbosa.
Consta que, na noite do naufrágio do “Titanic”, os familiares desse grande político brasileiro, estando reunidos numa sessão de experimentação mediúnica em Poços de Caldas, receberam a informação de que o famoso jornalista havia desencarnado, notícia que Ruy recebeu com surpresa e com bastante naturalidade, quando um dos membros de sua família lha comunicou.
O velho político reconheceu na mensagem, de forma surpreendente, o estilo de Stead.
No início da década de 1910, nada era feito no sentido de fazer reportagens por ocasião dos grandes acontecimentos. Um notável jornalista, William Thomas Stead, teve a feliz idéia de começar esse gênero de publicidade, o que alcançou grande repercussão na Inglaterra.
Por ocasião do lançamento do “Titanic”, o maior navio do mundo, o qual era reputado por insubmersível, tais as inovações nele introduzidas, e o sistema construtivo, esse famoso homem de imprensa foi convidado para fazer a reportagem de sua viagem inaugural, dando cobertura jornalística a tudo quanto acontecesse a bordo.
Sucedeu, no entanto que o navio bateu em cheio em enormes geleiras e, numa tentativa de resgate, ordenada pelo comandante, enorme rasgo abriu-se em seu casco, ocasionando o seu naufrágio na noite de 14 para 15 de abril de 1912.
Entre as 1503 vítimas estava William Thomas Stead. O infausto acontecimento encheu o mundo de consternação e o Espiritismo ficou privado do concurso valioso de um destacado homem de imprensa, homem esse que estava vivamente empenhado em divulgar as grandes verdades que havia constatado em seus trabalhos de pesquisa no campo da fenomenologia mediúnica.
Notável jornalista, escritor e publicista inglês, William Thomas Stead dedicou-se muito jovem a essa carreira.
No ano de 1871, dirigiu o “Norhern Echo”, da cidade de Darlington, e nos anos de 1883 a 1889, dirigiu o “Pall Mall Gazette”.
No ano de 1890, fundou a “Review of Rewies” e, em 1893 e 1894 lançou numerosas revistas do mesmo gênero, nos Estados Unidos e na Austrália.
De 1893 a 1897, dirigiu o órgão espiritualista “Borderland”.
No ano de 1898 encetou uma visita à Rússia, onde foi recebido pelo Czar, dando então início à intensa luta em favor do pacifismo mundial, ideal que passou a defender, com todo o entusiasmo, através da palavra escrita e falada.
No decurso da Conferência de Paz, realizada em Haia, no ano de 1899, Stead teve a oportunidade de visitar aquela cidade, dando início, logo após, na Inglaterra, a acirradas campanhas contra a guerra sul-africana, tendo em decorrência contraído muitas inimizades.
Trabalhou árdua e valorosamente no sentido de se estabelecer um tratado entre a Alemanha e a Inglaterra, propugnando para a concretização de uma Segunda conferência de paz, realizada posteriormente em Haia, na Holanda, onde, na qualidade de correspondente, publicou o “Correio da Conferência de Paz”.
Era notável a facilidade com que escrevia seus artigos, os quais invariavelmente portavam cunho sensacionalista.
Nos seguintes livros, de sua autoria, podem ser observados a vivacidade e o empenho com que tratava os temas que desejava abordar: “A verdade sobre a Rússia” (1888) , ë o Cristo viesse a Chicago” (1893), “A Guerra do Trabalho nos Estados Unidos” (1894), “O mundo invisível de Satã” (1897) , “Os Estados Unidos da Europa” (1899), “Estudos sobre Mrs. Booth” (1900), “A Americanização do Mundo” (1902), além de muitos outros.
O “Rei dos jornalistas”, e mais do que isso – o “Imperador”, esse foi o título elogioso que recebeu do “Cri de Paris”, em janeiro de 1907, quatro meses antes da realização da famosa Conferência de Haia.
Quando estava no apogeu de sua carreira de escritor e jornalista, alguns anos antes de sua desencarnação, deixou cheios de admiração a Inglaterra e o mundo científico, com a sua confissão de que estava plenamente convicto da existência do mundo dos espíritos, isso pelo fato de ter recebido, através de sua própria mediunidade, uma série de comunicações espíritas, atribuídas ao espírito de Júlia, as quais foram posteriormente publicadas num livro que alcançou grande repercussão, denominado “Cartas de Júlia”.
Dizia ele então: “Todas as “Cartas de Júlia”, foram recebidas por mim mesmo. Estando sozinho, sentado e com ânimo tranqüilo, colocava conscientemente minha mão direita, na qual tinha uma caneta, à disposição de Júlia e observava com vivo interesse tudo quanto ela escrevia. Posso admitir, conforme afirmam meus detratores, que as “Cartas de Júlia” tenham sido simplesmente escritas pelo meu “eu” subconsciente, isso não rebaixaria em nada a verdade, nem diminuiria a força dessa eloqüente e comovedora prova em favor da vida superior. Quanto desejaria que o meu “eu” consciente pudesse escrever tão bem!”
No ano de 1895, respondendo a uma indagação do “Morning Advertiser”, de Nova Iorque, que lhe perguntava por que acreditava na imortalidade, ele assim respondeu: “Só o Eterno pode afirmar ou negar a imortalidade. Se vos compreendo bem, não se trata aqui da imortalidade da alma, mas sim da persistência da entidade individual, após a dissolução do corpo por cujo intermédio essa entidade se manifestava durante a sua vida terrena. Aí está uma questão muito mais simples, a que posso responder sem hesitar e sem receio. Eu não seria verdadeiro, se dissesse que creio na persistência do indivíduo após a morte, por ter observado fenômenos ditos espíritas; muito tempo antes eu aceitava esse fato. Submeti, depois, a minha crença à prova de uma demonstração experimental. E se outrora dizia: eu creio, hoje digo, eu sei. Não há uma grande diferença?”
William Thomas Stead foi grande amigo do nosso grande Ruy Barbosa.
Consta que, na noite do naufrágio do “Titanic”, os familiares desse grande político brasileiro, estando reunidos numa sessão de experimentação mediúnica em Poços de Caldas, receberam a informação de que o famoso jornalista havia desencarnado, notícia que Ruy recebeu com surpresa e com bastante naturalidade, quando um dos membros de sua família lha comunicou.
O velho político reconheceu na mensagem, de forma surpreendente, o estilo de Stead.
LUCENA, Antônio de Souza e GODOY, Paulo Alves. Personagens do Espiritismo. Edições FEESP, 1982. 1ª edição, SP.
Samuel Hahnemann - 02/07/1843 - 167 anos de desencarnação
Christian Friedrich Samuel Hahnemann nasceu em 10 de abril de 1755, em Meissen, na Saxônia. Seus pais lhe deram o nome de Christian, seguidor de Cristo ; Friedrich, protegido do rei; Samuel, Deus me escutou, em sinal de reconhecimento a Deus.Seu pai era pintor de porcelana e ele mesmo foi preparado para seguir a carreira paterna. Desta forma, aprendeu na Escola várias línguas estrangeiras: inglês, francês, espanhol, latim, árabe, grego, hebreu e caldeu, além da língua nacional. O objetivo era poder, no futuro, comercializar em outros países a porcelana.Mas, o seu destino seria outro. Foi estudar Medicina em Leipzig e Viena. Por ser pobre, sustentava-se fazendo traduções, e assim entrando em contato com obras sobre doutrinas existenciais.Em 1812, era docente da Universidade de Leipzig. Contudo, na carreira médica se mostrava inquieto por não conseguir bons resultados na cura dos enfermos que tratava. Seus amigos diziam que ele sonhava, que tudo que almejava era utopia." O homem é limitado mesmo, limitados também seus conhecimentos."Finalmente, aos 36 anos, após a morte de um amigo que cuidava clinicamente, resolve abandonar a medicina. Adentra o seu consultório e avisa a seus pacientes que não mais os atenderá. Se os não pode curar, de que vale a sua ciência! E despede a todos.Está profundamente desanimado. Para sobreviver e sustentar a família, trabalha em traduções, mais especialmente na área da química e da farmacologia.Fazendo a tradução de uma obra de um médico escocês William Cullen, no ano de 1790, surpreende-se com a descrição das propriedades do quinino. Chama-lhe a atenção, em especial, o fato de que a intoxicação pelo quinino tinha sintomas semelhantes aos da enfermidade natural da febre intermitente.Ele próprio passou a ingerir doses de quinino, comprovando que os resultados eram semelhantes à febre combatida por aquele produto.Repetiu a experiência com outras drogas, como o mercúrio, a beladona, a digital, sempre no homem sadio, concluindo por elaborar a doutrina homeopática, resumida na expressão : "similia similibus curantur", ou seja, sintomas semelhantes são curados por remédios semelhantes.Já no ano de 1796, suas observações foram divulgadas. Observações que passariam a compor sua mais importante obra: O Organon, publicado em 1810, onde explica seu sistema e cria a Homeopatia. Depois, publicaria Ciência Médica Pura e Teoria e tratamento homeopático das doenças crônicas.Nos princípios homeopáticos estabelece-se que toda substância que, em dose ponderável,é capaz de provocar no indivíduo são um quadro sintomático, também tem capacidade de o fazer desaparecer, com administração em pequenas doses. Também que a preparação dos medicamentos requer diluições infinitesimais, pois que elas teriam a capacidade de desenvolver as virtudes medicinais dinâmicas das substâncias grosseiras.Desde os primeiros momentos, Hahnemann sofreu acirrada campanha contrária ao que expunha, em especial dos farmacêuticos, pelo que muito padeceu.Somente em 1835, já com seus 80 anos, viúvo, foi procurado por uma jovem que o buscou em sua cidade como último recurso médico e foi por ele curada. Eles se consorciam e ela o leva para Paris, onde finalmente obtém geral reconhecimento.Foi em Paris que ele desencarnou a 2 de julho do ano de 1843, 14 anos antes de vir a lume O livro dos espíritos e nascer, portanto, a Doutrina Espírita.Compondo a equipe espiritual responsável pela Codificação, deu seu contributo particularmente em O evangelho segundo o espiritismo, cap. IX, Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos, onde assina a mensagem do item 10, tratando das virtudes e dos vícios que são inerentes ao Espírito. A mensagem foi dada em Paris, no ano de 1863.À guisa de curiosidade somente, no mesmo ano, a 13 de março, na Sociedade Espírita de Paris, tendo como médium a sra. Costel, Hahnemann dissertou a respeito do estado da ciência à época, em resposta a um médico homeopata estrangeiro, presente à sessão. Dita dissertação se encontra no volume sexto da Revista Espírita.
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