quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Newton Boechat - 20 anos de desencarnação


Nasceu em Apiacá, cidade do interior do Espírito Santo, bem próximo à divisa com o estado do Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1928.
* Filho de Clodomiro Lemgruber Boechat e Himbelsa Boechat. Seu nome completo era Newton Lemgruber Boechat.
* Recebeu as primeiras letras em sua terra natal. A partir de 10 anos de idade, foi estudar em Santo Antônio de Pádua, no estado do Rio, onde concluiu o curso secundário.
* Por volta dos 17 anos mudou-se para Belo Horizonte. Ali formou-se em línguas neolatinas, após 4 anos de Universidade.
*Diplomado, fez concurso público e foi admitido no antigo IAPETEC (hoje incorporado ao INSS), na cidade de Belo Horizonte.
* Por volta de 1956, solicitou transferência para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar no setor de Benefícios, até aposentar-se.
* Nessa época, trabalhava também como tradutor juramentado, especialmente da língua francesa, que conhecia profundamente.
* Desencarnou no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, em 22 de agosto de 1990, quando se dirigia para a reunião cristã do lar da fiel amiga Josefa Derriba Vilas, mais conhecida entre os espíritas por Pepita.
* Foi profissional competente, sempre elogiado por seus superiores, valendo ressaltar que era conhecido como dos mais velozes datilógrafos da repartição. Guardava de memória leis, jurisprudência e casos específicos de beneficiários do INSS, cujos processos passavam por suas mãos. Sabia de cor os números dos processos e os despachos.
* Detalhe curioso: trabalhava exatamente numa autarquia responsável pela velhice, assistência e invalidez das criaturas. E exatamente no setor de benefícios...
* Seu corpo foi enterrado no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Rio de Janeiro, no dia 23 de agosto, com a presença de numerosos parentes, amigos e admiradores, dentre os quais o presidente da Federação Espírita Brasileira, Juvanir Borges de Souza; Cláudia Bonmartin, representando a União Espírita Francesa e Francófona; Luciano dos Anjos Filho, representando o Grupo dos Oito; Pepita; Abelardo Idalgo Magalhães, a médium Esmeralda, o primo Norberto Boechat, a irmã Vírgula, Eduardo Guimarães, Elmo Queiroz e muitos outros. Luciano dos Anjos fez breve relato da vida e atividades do grande amigo. O ESPÍRITA* Desde garoto Newton Boechat viu-se envolvido em ambiente espírita. Seu avô paterno, Júlio Boechat, tinha fama de médium curador, na cidade de Santo Antônio de Pádua, sendo notáveis as reuniões mediúnicas que dirigia, com comunicações psicofônicas e doutrinação de espíritos.
* Já morando em Belo Horizonte, fez amizade com membros atuantes do movimento espírita, tais como César Burnier Pessoa de Mello (de quem se tornou grande amigo), Rubens Romanelli, Camillo Chaves e outros.
* Iniciou, então, visitas que se tornaram freqüentes à cidade de Pedro Leopoldo, quando conheceu Francisco Cândido Xavier e Rômulo Joviano, que era muito amigo do extraordinário médium.
* Passou nessa época a falar nas reuniões públicas do Centro Espírita Luiz Gonzaga, enquanto Chico Xavier recebia mensagens psicográficas.
* Na ocasião, César Burnier – também médium de muitos recursos – vaticinou que Newton Boechat seria conhecido em todo o Brasil e falaria na América do Sul e Europa. O vaticínio, como sabemos bem, de fato se cumpriu.
* Ainda em Belo Horizonte, durante o período de estudos (quando chegou a trabalhar em humilde emprego), fundou, com muita dificuldade financeira, um jornal, em parceria com Gustavo Pancrácio: A Luz do Mundo. Chegou a editar 7 números. Luciano dos Anjos tem alguns exemplares em seus arquivos, inclusive com anotações feitas à margem, de próprio punho, por Newton Boechat.
* A Luz do Mundo publicou uma importante entrevista feita por Newton Boechat com o famoso médium Pietro Ubaldi, na ocasião de sua visita a Belo Horizonte e Pedro Leopoldo, quando aconteceu o histórico encontro do médium italiano com Chico Xavier, presentes Newton Boechat, Rubens Romanelli, César Burnier, Clóvis Tavares e outros.
* Transferindo-se para o Rio de Janeiro, intensificou suas atividades espíritas, proferindo palestras e conferências em todo o Brasil e participando de inúmeras reuniões de estudo, públicas e privadas. Ocupou a tribuna em instituições do Paraguai, Uruguai, Argentina, Portugal, Espanha, Itália e França. Realizou cerca de 7.000 palestras públicas em todo o Brasil.
* De memória privilegiada, citava de cor capítulos inteiros das Sagradas Escrituras e trechos de obras reportadas.
* Não era um orador retumbante, mas um expositor didático que recorria a quadros retóricos de imagens muito nítidas, durante as quais desenvolvia lindas lições de caridade e profundo conhecimento doutrinário. Falava de improviso sobre qualquer assunto que lhe fosse suscitado. Suas preces eram de beleza transcendental.
* Entre suas palestras mais famosas podemos relacionar: “Prisões sem Grades” (a mais solicitada), “A Manifestação do Ser na Arte, na Dor e no Amor”, “Aspectos da Crucificação de Jesus” (baseada em dados de pesquisa fornecidos por Luciano dos Anjos), “Além da Fronteira de Cinzas”, “O Apóstolo Paulo perante Festo e Agripa”, “Rumo à Unidade do Espírito”, “Quatro Faixas de Consciência”, “Chico Xavier, 50 Anos-Luz de Mediunidade...”, “O Auto-de-fé de Barcelona”.
* Sócio da Federação Espírita Brasileira, adotava integralmente a linha doutrinária da Casa-Máter do Espiritismo, baseada no binômio Kardec-Roustaing. Conhecia profundamente a obra dos dois notáveis missionários franceses Kardec e Roustaing. Admirava com entusiasmo Pietro Ubaldi, que conhecera pessoalmente, e toda a sua obra, com exceção da última, intitulada Cristo. Fez diversas conferências baseadas em conceitos expostos pelo respeitado médium italiano. Apoiou com entusiasmo a Fundação Pietro Ubaldi.
* Organizou a partir de 1987 um ciclo de palestras quinzenais na residência de Cinira Novaes, em Copacabana, Rio, contando com a colaboração de inúmeros confrades ilustres, seus amigos pessoais, como Newton de Barros, Hermínio Miranda, César Burnier, Américo Borges, Luciano dos Anjos, Abelardo Idalgo Magalhães .
* Em 1970, foi orador oficial, junto com o notável tribuno Divaldo Pereira Franco, na inauguração da Seção-Brasília da Federação Espírita Brasileira, quando proferiu magnífica palestra inspirada pelo espírito Bittencourt Sampaio, segundo lhe revelou o próprio Divaldo, sentado à tribuna ao seu lado, e conforme está narrado em seu livro Ide e Pregai. Nessa ocasião Armando de Oliveira Assis era o presidente da FEB, existindo entre os dois sólida e sincera amizade.
* Publicou, pela Federação Espírita Brasileira, Ide e Pregai (1971), com prefácio de Luciano dos Anjos, e O Espinho da Insatisfação (1980), prefaciado por Francisco Thiesen; O Apóstolo Paulo perante Festo e Agripa (1974), pelo Centro Espírita Léon Denis; pelo Centro Espírita Casa de Caridade Aureliano, Do Átomo ao Arcanjo (1984), Na Madureza dos Tempos (1987) e Aquém e Além da Fronteira de Cinzas (1990), os três de parceria com Gilberto Perez Cardoso. É autor do prefácio do livro de Luciano dos Anjos, Deus é o Absurdo, lançado pela Editora Eco em 1978.
* Publicou ainda artigos de muita substância, no Reformador, órgão da Federação Espírita Brasileira, Casa-Máter do Espiritismo; no Obreiros do Bem, jornal da Associação Espírita Obreiros do Bem; no Jornal Espírita e Folha Espírita, ambos de São Paulo; e em alguns outros veículos doutrinários.
* Foi sempre intransigente defensor da obra do missionário francês Jean-Baptiste Roustaing, Os Quatro Evangelhos, cuja revelação – repetia com freqüência – tem tido há mais de cem anos o apoio dos maiores vultos do espiritismo. Seu nome aparece com destaque no livro de Luciano dos Anjos Os Adeptos de Roustaing, lançado no dia 22 de agosto de 1995, em Volta Redonda, data propositalmente escolhida em homenagem ao nascimento de Newton Boechat. Naquele livro estão relacionados, alfabeticamente, os mais expressivos espíritos, espíritas e médiuns que se posicionaram a favor da obra de Roustaing.
* Juntamente com Luciano dos Anjos e Abelardo Idalgo Magalhães, foi um dos fundadores do Grupo dos Oito, único grupo de que participou regularmente em toda a sua vida de espírita. Organizado nos moldes do entendimento doutrinário de Luciano dos Anjos, o grupo se reúne até hoje às quintas-feiras, a partir das 21 horas, na residência de Luciano dos Anjos Filho, na Tijuca. Anteriormente as reuniões eram na casa da advogada e professora Leda Pereira Rocha, no Sampaio, também no Rio de Janeiro.O HOMEM
* Solteiro, pode-se dizer que casou com a doutrina espírita, dela oferecendo autênticos e permanentes testemunhos de amor e caridade. Praticou incontáveis atos de ajuda ao próximo, quer em termos materiais, quer em termos espirituais. Socorria discretamente conhecidos e desconhecidos, dando presença assídua junto a enfermos. Aplicava passes sempre que solicitado.
* Jamais criticou com acidez quem quer que fosse, ainda que às vezes tenha sido ofendido ou até agredido moralmente. Preferia afastar-se simplesmente. Sempre que encontrava oportunidade, buscava justificar as faltas alheias. Suas mais íntimas mágoas e decepções ele as confessava ao confidente Luciano dos Anjos, em encontros de grande intimidade.
* Ao deitar-se, tinha por hábito orar longamente pelos amigos e pessoas necessitadas, especialmente pelos que não o compreendiam. Ao despertar, proferia nova prece no mesmo tom e com a mesma emoção.
* Honesto sob todos os pontos de vista, fiel a seus amigos, atento às questões de seus familiares, delicado diante até mesmo dos mais impertinentes, paciente com a incapacidade intelectual dos outros, humilde, sincero, Newton Boechat era, além de tudo, muito alegre e muito jovial. Gostava de cantar e fazia incríveis imitações. Luciano dos Anjos possui uma gravação raríssima, feita na década de 70, em sua casa, na Muda, no Rio de Janeiro e na qual Newton Boechat imita Francisco Alves, Carmem Miranda, Isaurinha Garcia e Francisco Cândido Xavier. São imitações impagáveis, notáveis. Quando ia passar noites em casa de Luciano dos Anjos, logo ao entrar pegava a filha do jornalista Ana Lúcia pelos braços e saía dançando, enquanto ele mesmo cantarolava. Depois lanchavam e ficavam conversando animadamente sobre questões de espiritismo e do movimento espírita, cujo desdobramento ele via com extrema preocupação, nos mesmos moldes da advertência contida no livro O Atalho, de Luciano dos Anjos, o qual ele endossava plenamente. Era, no mais, alegremente agitado. Adorava falar...
* Newton Boechat possuía interessante mediunidade, que se tornou mais ostensiva na década de 70, surgindo-lhe então a clarividência e a clariaudiência. Identificava com surpreendente precisão a presença de desencarnados, muitos deles citados nos livros acima citados, que produziu em parceria com Gilberto Perez Cardoso. Por seu intermédio tivemos alguns versos psicografados de autoria de Azevedo Cruz, Auta de Souza, Lobo da Costa, Cyro Costa e Augusto dos Anjos.
* São conhecidas de Newton Boechat as seguintes encarnações, das quais ele falou apenas a alguns poucos amigos íntimos:1. Príncipe Sargon. prisioneiro da rainha Hatasu, ao tempo do faraó Tutmés II, no Antigo Egito, personagem do livro Romance de Uma Rainha, de Rochester (18ª dinastia, séculos XIII/XIV a.C.) (Revelado pelo médium Francisco Cândido Chico Xavier.)
2. Sacerdote do Templo de Amon-Rá, ern Tebas, no Antigo Egito (11ª dinastia). (Revelado por seu mentor espiritual Jardel.)
3. Sadoque, descendente de Aarão, sumo sacerdote depois da morte de Saul e encarregado por David de ungir Salomão como rei (séc. X a.C.). (Revelado pelo médium César Burnier.)
4. Sacerdote do Templo de Jerusalém, à época de Jesus (séc. I) (Revelado por seu mentor Jardel.)
5. Patriarca ligado à seita gnóstica dos cátaros (séc. XIII). (Revelado no Grupo dos Oito.)
6. Pastor protestante na Noite de São Bartolomeu, em França, (séc. XVI). (Revelado por seu mentor Jardel.)
7. Pastor protestante em Belfast, Irlanda. (séc. XVlI). (Revelado por seu mentor Jardel.)
8. Abade Keravan, que celebrou o casamento de Danton, ao tempo da Revolução Francesa (séc. XVIII). (Revelado pelo médium César Burnier.)
(Texto de Luciano dos Anjos, datado de 26 de agosto de 1990, e que serviu de base para material publicado na imprensa em geral, a propósito da desencarnação do Newton Boechat.)

2 comentários:

Camila. disse...

Eu sou sobrinha-neta do Tio Newton e nem eu sabia tantos detalhes sobre sua vida. Porém a admiração sempre foi inerente. Ele faleceu eu era muito pequena. Adoraria ter podido conviver com ele.
Gratidão

Censor disse...

Eu lembro do tio Newton. 💕💕💕 assim como meu avô, um homem bem a frente

Postar um comentário

Localize-se...

Lembranças...


Estude o Espiritismo pela Internet